Os Abençoados


quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Comunhão dos Santos – A missão conciliadora da Igreja

“E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações” (At 2.42).

A comunhão entre os crentes, fruto do amor de Deus em nós, é uma das características mais singulares da Igreja de nosso Senhor Jesus.

Comunhão: Este termo designa o vínculo espiritual e social estabelecido pelo Espírito Santo entre aqueles que recebem a Cristo como o seu Único e Suficiente Salvador (Ef 4.1-16).

A palavra comunhão é a chave para entendermos o rápido progresso da Igreja, formada por dois povos, judeus e gentios. A Igreja somente progrediu mediante a comunhão e unidade de seus membros. A Bíblia assevera que de ambos os povos, Deus fez apenas um, constituindo o Corpo místico de Cristo (Ef 2.14-17; 4.3-6; 1 Co 12.13).

SIGNIFICA DE “COMUNHÃO” NO NOVO TESTAMENTO

Definição. A palavra comunhão é a tradução de um dos termos mais enfáticos a respeito da unidade e fraternidade cristã: “E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão (koinōnia)...” (At 2.42). O sentido desta palavra no Novo Testamento vai além de “associação de pessoas”, “agremiação” ou “companheirismo”. A comunhão que trata as Escrituras (At 2.42; Fp 2.1; 1 Jo 1.3), resulta da salvação que desfrutamos em Cristo (1 Co 1.9). É a “comunhão do e no Espírito Santo” (2 Co 13.13; Fp 2.1); a “comunhão da fé” (Fm v.6), e a “comunhão dos crentes uns com os outros e com Cristo” (1 Jo 1.3,6,7).

As bases da comunhão da Igreja. A Igreja não é um clube de amigos ou uma associação humana secular. Também não é uma empresa. Todavia, é o conjunto ou comunhão dos redimidos em Cristo, que compartilham da “unidade do Espírito pelo vínculo da paz” (Ef 4.3). A Igreja é o corpo místico de Cristo, e, cada crente em particular, é membro desse corpo glorioso (1 Co 12.12,13). Por conseguinte, a comunhão no Espírito (Fp 2.1) é vital à unidade e à paz da Igreja. Segundo Efésios 4.3, a comunhão, unidade e paz na Igreja não são produtos dos esforços humanos, mas uma ministração do Espírito Santo. Uma vez que o crente é templo e habitação do Espírito de Deus (Jo 14.16,17; Rm 8.14; 1 Co 3.16; 6.19), somos todos “um só corpo” (Ef 4.4), servindo e amando a “um só Senhor”, compartilhando de “uma só fé”, “um só batismo”, “uma só esperança”, “um só Deus e Pai de todos” (vv.5,6). Guardemos, pois, a “unidade do Espírito pelo vínculo da paz” (v.3).

CINCO EXPRESSÕES DA COMUNHÃO EM CRISTO NA IGREJA

Amor Fraternal. Nas páginas do Novo Testamento, encontramos as expressões “amor fraternal” (Rm 12.10; 2 Pe 1.7) e “caridade fraternal” (1 Ts 4.9; Hb 13.1; 1 Pe 1.22). Trata-se literalmente do amor e afeição entre irmãos (1 Pe 3.8). No plano espiritual, isto significa muito mais do que “irmandade” ou “concórdia entre irmãos”. Nos textos de Romanos 12.10; 1 Pedro 1.22; 3.8, o amor fraternal refere-se ao estado e atitude do cristão humilde e compassivo, que continuamente prefere dar honra aos outros em vez de recebê-la. Observe o que afirma Romanos 12.10: “Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros”. Ver também Filipenses 2.3,4. Portanto, amar o irmão na fé em Cristo é: (1) honrá-lo acima e independente dos interesses pessoais; (2) ser sincero, compassivo, afável; (3) ser entranhavelmente misericordioso com ele em seus sofrimentos e faltas (1 Pe 3.8,9); (4) levar as cargas uns dos outros (Cl 6.2).

A Unidade (Jo 17.21-23; Ef 4.5,6). Jesus, em sua oração intercessória, fez sua mais ardente petição ao Pai: “Que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim, e eu, em ti; que também eles sejam um em nós” (Jo 1 7.21). A comunhão é includente e excludente. É includente, pois a comunhão do corpo de Cristo em um “só Espírito”, “um só Senhor”, “uma só fé”, “um só batismo” e “um só Deus”, é possível somente entre os que nasceram de novo (Jo 3.2-8). É excludente, porque todos os que não receberam a Cristo como seu Salvador pessoal, não podem participar da comunhão (koinōnia) da igreja. Os incrédulos não desfrutam dessa comunhão, porque a luz e as trevas, a justiça e a injustiça, o fiel e o infiel, não se associam (2 Co 6.14-16).

A Filantropia. O termo filantropia aparece no texto original de Tito 3.4 (ARA), referindo-se ao incomensurável amor de Deus pela humanidade: “A benignidade de Deus, nosso Salvador, e o seu amor para com todos”. A expressão “amor para com todos” é a tradução da palavra original filantropia. Por conseguinte, significa “benevolência, amor ao próximo”. De acordo com Tito 3.4, a filantropia bíblica é a manifestação do amor divino para com o homem. Na Igreja do Novo Testamento, os cristãos reuniam-se a fim de participarem de uma festividade filantrópica denominada “ágape”. Era o “partir do pão” em cada casa de forma a quebrar toda e qualquer diferença social ou étnica. Também os cristãos vendiam suas propriedades e colocavam o dinheiro arrecadado aos pés dos apóstolos, para ser dividido entre os necessitados (At 2.45). O amor divino os impulsionava à prática de boas obras (Ef 2.8-10).

A Comunidade. O texto de Atos 2.42 diz que “perseveravam na comunhão”. Os fiéis se reuniam fraternalmente e tinham uma causa comum. A igreja cristã era a comunidade dos remidos. Todos compartilhavam dos mesmos interesses. Ninguém se sentia excluído, pois as diferenças sociais e espirituais não eram superiores à fraternidade comunitária. Tal comunhão vinha do Espírito Santo que os enchia, como em Atos 4.31,32. Assim deve ser numa comunidade cristã autêntica, cheia do Espírito Santo e do seu fruto, como está patente em 1 Coríntios 13.4-7, Gálatas 5.22,23 e Efésios 4.9,10.

O Amor (1 Co 13.1-8). Em 1 Coríntios 13, a Bíblia destaca o amor divino como a virtude que deve reger na igreja o relacionamento das pessoas. É esse santo amor, de que trata a presente lição, que promove a comunhão dos santos, conforme 1 Coríntios 13.4 e Filipenses 2.1b. Esse amor faz-nos acolher e aceitar o próximo como irmão.

A COMUNHÃO ATRAVÉS DOS DONS ESPIRITUAIS

A comunhão dos santos requer decoro e ordem no culto cristão (1 Co 14.26-40). Esse texto ensina que não basta haver a plenitude do Espírito nos membros da igreja, bem como o exercício dos dons espirituais na vida cotidiana da congregação. É também necessário que os dons sejam exercidos com ordem e decoro para que não haja confusão, desordem e escândalo. A espiritualidade que se manifesta sem a doutrina, como ensina a Bíblia, produz divisão, dispersão, evasão e afastamento, ao invés de fraternidade, unidade e comunhão.

Os dons espirituais e seu efeito na comunhão (1 Co 14.3). Os dons são recursos poderosos do Espírito Santo para a Igreja, inclusive para sua exortação e edificação. Por isso, devemos buscá-los com zelo e redobrado amor, a fim de que todo o povo de Deus seja edificado na sã doutrina.

A comunhão espiritual e fraterna de que participamos na Santa Ceia do Senhor (1 Co 10.16; 11.33), ilustra o tipo de relacionamento fraternal e espiritual que deve sempre haver entre os filhos de Deus: comunhão com Deus e uns com os outros.


“Comunhão e Santa Ceia"

A essência da Santa Ceia é a comunhão. Comum-união entre os discípulos: somente um corpo e um só Espírito... um só Senhor, uma só fé, um só batismo, um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, age por meio de todos e está em todos (Ef 4.4-6).

Repartir nossos recursos é uma confissão do evangelho de Cristo e uma oração de obediência na qual glorificamos a Deus e contribuímos para criar e manter uma verdadeira comunidade. É no momento da celebração da ceia que se reavalia a unidade e a comunhão cristã. É por essa razão que a celebração da ceia sucedia a festa do amor durante os primeiros anos da igreja. Realizava-se a ceia com o pão e o vinho utilizados na festa do amor, onde os membros partilhavam os alimentos que traziam numa verdadeira festa de amor e confraternização, celebrando a comunhão horizontal profetizada por João em 1 Jo 1.7.

Segundo alguns estudiosos, não bastava somente ser batizado nas águas, era necessário desenvolver a comunhão cristã. Era necessário participar dos sofrimentos e lutas dos demais irmãos na fé como verdadeiro corpo de Cristo (1 Co 12.25,26).

A celebração da Santa Ceia exigia que seus celebrantes desenvolvessem a comunhão fraterna, que vivessem o verdadeiro sentido do evangelho na perfeição da unidade cristã (Jo 17.23). Segundo os primitivos cristãos, a verdadeira comunhão com Deus, a comunhão vertical, só seria possível mediante a comunhão com os demais irmãos da comunidade onde se vive a fé (1 Jo 4.20). Aliás, o perdão mediante o sangue de Cristo só se efetiva mediante a comunhão (1 Jo 1.7)”.

(SANTOS, R. R. A Santa Ceia. RJ: CPAD, 2005, p.7,9,60,61,62.)

Comunhão é o sentimento de unidade que leva os cristãos a se sentirem um só corpo em Cristo Jesus. Tendo como vínculo o amor, a comunhão cristã desconhece distinções sociais, culturais e nacionais. Agora somos um em Cristo. Não basta amar o próximo como a nós mesmos; temos de amá-lo como Jesus nos amou. Somente assim poderemos expressar o amor ágape, tal qual afirma a Escritura em 1 Coríntios 13.

O amor de Jesus por nós é o exemplo do amor que devemos expressar na comunhão diária com nossos irmãos em Cristo. O amor ágape, manifestado entre os irmão, é mais precioso do que a manifestação do dom profético, da sabedoria ou da fé. Pois somente através do amor é que podemos entender e nos relacionarmos adequadamente uns com os outros.

Fonte: Lições Bíblicas 1º trimestre 2007, CPAD, Título: A Igreja e a sua missão, Estudantes da Bíblia 


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