Os Abençoados


terça-feira, 31 de janeiro de 2012

UMA IGREJA AUTENTICAMENTE PENTECOSTAL

INTRODUÇÃO

O movimento pentecostal no Brasil e no mundo caracteriza-se por uma palavra: crescimento. Não é à toa que a Assembléia de Deus constitui-se na maior igreja evangélica em nosso país. Desde os primórdios isso se torna notório por causa da compreensão das verdades pentecostais e sua aplicabilidade na vida cristã. O ardor pentecostal, o zelo evangelizador, a permanência nas verdades bíblicas fizeram com que a Assembléia de Deus crescesse extraordinariamente. Muitos brasileiros conheceram ao Senhor Jesus Cristo por causa de pioneiros como os suecos Daniel Berg, Gunnar Vingren e tantos outros que entregaram suas vidas à causa do Evangelho pelo poder do Espírito Santo.

1-EVANGELIZAÇÃO,MISSÃO DA IGREJA PENTECOSTAL

“Missão” vem de uma palavra latina que significa “enviar”.Evangelização: É o esforço conjunto e contínuo da igreja para anunciar o evangelho de Cristo aos pecadores.
Existem três palavras interligadas na proclamação das Boas-Novas que merecem a nossa atenção: evangelho, evangelismo e evangelização. Estas definem e explicam a missão máxima da igreja na terra.
1. Evangelho (Mc 16.15). Só entenderemos a importância da missão evangelizadora da igreja compreendendo o significado de evangelho. O que é evangelho? No sentido mais simples, o evangelho é definido como “boas-novas de salvação em Cristo”. Noutras palavras, “evangelho” é o conteúdo da revelação de Deus, em Jesus como Salvador e Senhor de todas as criaturas que o aceitam como seu Salvador pessoal. Evangelho, portanto, é o conjunto das doutrinas da fé cristã que deve ser anunciado a toda criatura.
2. Evangelização. Mateus 28.19,20 apresenta o imperativo evangelístico de Cristo à sua igreja, com quatro determinações verbais:
a) Ir. No sentido de mover-se ao encontro das pessoas, a fim de comunicar a mensagem salvífica do evangelho;
b) Fazer discípulos. Com o sentido de “estar com” as pessoas e torná-las seguidoras de Cristo;
c) Batizar. É o ato físico que confirma o novo discípulo pela sua confissão pública de que Jesus Cristo é o seu Salvador e Senhor;
d) Ensinar as doutrinas da Bíblia, com o objetivo de aperfeiçoar e preparar o discípulo para a sua jornada na vida cristã.
3. Evangelismo. Possui um caráter técnico, pois se propõe a ensinar o cristão a cumprir, de modo eficaz, a tarefa da evangelização. O evangelismo na igreja local implica uma ação organizada e ativada pelos membros, para desenvolver três ações necessárias à pessoa do evangelista: informação, persuasão e integração do novo convertido.
O crescimento numérico das Assembléias de Deus no Brasil não foi por causa de estratégias humanas. Não foi porque os pastores e irmãos pioneiros adotaram uma estratégia de crescimento de igrejas baseada em estudos e pesquisas. Tudo isso tem o seu devido lugar e valor. Também não permaneceram imóveis, satisfeitos em apenas abrir uma igreja ou ponto de pregação. É certo que muitos dos cristãos evangélicos anteriores ao estabelecimento da AD no Brasil, evangelizavam e distribuíam Bíblias, esforçando-se para ganhar almas para Cristo. Mas o crescimento, as conversões, as milhares de almas salvas não pode ser atribuído a mérito humano algum, mas somente pelo poder de Deus. E foi no poder do Espírito Santo e com muita ousadia que esses crentes pioneiros pentecostais desbravaram muitas regiões de nossa pátria em busca das almas preciosas pelas quais Jesus morreu e ressuscitou.A mensagem do evangelho deve ir a todas as extremidades da Terra, porque a salvação que Cristo consumou no Calvário visa a toda a humanidade. A igreja não pode negligenciar sua missão principal: alcançar todos os povos com a mensagem do evangelho.
A existência da igreja local decorre, essencialmente, de duas atividades conjuntas: da evangelização e do discipulado. Não há como trabalhar com o discipulado sem a evangelização, pois o primeiro complementa a segunda. Essas duas tarefas indissociáveis estão relacionadas à suprema missão da igreja: Pregar o evangelho a toda criatura e ensinar a todas as nações (Mt 18.19,20). Nas palavras de Jesus em Mateus 28.19,20, temos o modelo e o método do discipulado cristão. Porquanto, “pregar o evangelho” implica proclamar as boas-novas de salvação aos pecadores, a fim de convertê-los a Cristo e torná-los discípulos idôneos, fiéis a Jesus e capazes de gerarem outros seguidores (2 Tm 2.2). Devemos ressaltar que a conversão é uma obra espiritual que somente o Espírito Santo pode realizar. Só Ele pode “fazer convertidos”, mas “fazer discípulos” é um ofício que compete a cada crente em Cristo.

2-A MISSÃO EDUCADORA DA IGREJA PENTECOSTAL

O ensino das Escrituras deve ser, antes de mais nada, ortodoxo. Todo ensino bíblico-doutrinário deve ser estritamente de acordo com a mensagem divina revelada no Antigo e Novo Testamentos. Tal ortodoxia cristã tem nas Sagradas Escrituras a única fonte do verdadeiro conhecimento de Deus, de suas doutrinas e da maravilhosa salvação em Cristo Jesus.
A palavra ortodoxia na religião cristã significa: “absoluta conformidade com um princípio ou doutrina bíblica”.
Aos discípulos, Jesus declarou que edificaria sua igreja (Mt 16.18). O fundamento e as colunas (pilares) desse edifício são as doutrinas bíblicas fundamentais, as quais dão sustentação a esse edifício espiritual (1 Co 3.9,10,16). A Igreja é edificada sobre “o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que Jesus é a principal pedra de esquina” (Ef 2.20). A ordem da frase “apóstolos e profetas” deixa claro que a “doutrina dos apóstolos”, citada em Atos 2.42, refere-se ao ensino que receberam de Jesus e que foram comissionados a ensinar. Não se tratava de uma doutrina particular dos apóstolos Pedro, João, Tiago ou Paulo, mas a mesma ensinada por Jesus. A referência aos profetas trata-se dos profetas da igreja primitiva que confirmavam, pelo Espírito Santo, as doutrinas ensinadas. A ordem da frase apóstolos e profetas indica tratar-se do dom profético naqueles dias outorgado pelo Espírito Santo (Ef 4.11).
Paulo ilustra que a edificação da Igreja é efetuada pelos ministros do Senhor. No versículo 11, a Bíblia declara que “ninguém pode colocar outro fundamento além do que já está posto”. No texto de Efésios 4.11, vemos os edificadores que Deus tem dado à Igreja, tais como “apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e mestres”. Eles usam os materiais da doutrina cristã para construir este edifício espiritual.A Igreja de Cristo é vista numa linguagem figurada como “casa” e “família” (1 Tm 1.2,18; 2.13-15). A Bíblia, em 1 Timóteo 3.15, usa a expressão “coluna e firmeza” que fala de suporte, apoio, sustentáculo de uma construção. A lição que aqui podemos aprender é que devemos fielmente preservar aquilo que temos recebido da parte do Senhor. A verdadeira igreja é aquela que se mantém em tudo fiel à sã doutrina bíblica.
O significado de “coluna e firmeza da verdade” (1 Tm 3.15). Consoante à Igreja, esses termos indicam a função do Corpo de Cristo no que se refere à Verdade. O comportamento requerido da Igreja, conforme o texto “para que saibas como convém andar na casa de Deus”, revela sua natureza, no sentido de que ela deve ter um comportamento digno e santo em relação ao mundo pecador. Isso porque a “Igreja do Deus vivo” é um povo santo, separado do pecado e do mundanismo. Portanto, a Igreja é a demonstração viva e santa da Verdade do evangelho. Seu papel é o de sustentar, manter e defender a Verdade contra todo erro e oposição intelectual, religiosa e filosófica dos falsos mestres. A Verdade foi confiada à Igreja, e todo erro e heresia devem ser refutados por ela (1 Tm 6.3-5; 2 Tm 2.18; 3.8; 4.4).
A Verdade no contexto de 1 Timóteo 3.15. Essa Verdade do evangelho é o vastíssimo conteúdo doutrinário da fé cristã. A Igreja tem a missão de viver e representar essa Verdade, mas também de mantê-la e defendê-la de toda oposição que se lhe ataca.
É necessário que a Igreja de Cristo mantenha-se sempre vigilante e precavida contra as heresias que contestam as verdades fundamentais da fé cristã, segundo o que está escrito na Palavra de Deus. Esta é uma das cautelas para a Igreja evitar os erros doutrinários e combater as heresias.

3-A IGREJA PENTECOSTAL NÃO DEVE DESCUIDAR DO SERVIÇO SOCIAL E DA COMUNHÃO

O SERVIÇO SOCIAL
No Dia de Pentecostes, quase três mil almas converteram-se ao Senhor (At 2.14-39). Apesar de um crescimento tão surpreendente, os discípulos “perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações” (At 2.42). O que isso evidencia? A completa dedicação da liderança ao discipulado e à sã doutrina. Tem você se consagrado à evangelização e ao ensino? Somente assim pode a sua igreja crescer. Esteja, contudo, preparado para os incômodos e as dores que acompanham o crescimento. Foi o que experimentou a Igreja em Jerusalém.
Em razão do crescente número de conversos, os apóstolos não mais tiveram condições de atender devidamente às demandas sociais da Igreja (At 4.4; 6.1). Era necessário organizar o ministério cotidiano. Se de início não havia necessitado algum, agora já apareciam as queixas de um segmento muito importante da irmandade: os gregos. Eram estes, segundo podemos depreender, israelitas provenientes da Diáspora.
A Igreja em Jerusalém sentia, agora, as dores do crescimento. Somente as igrejas que não crescem são poupadas de tais desconfortos.
Como está o trabalho de assistência social de sua igreja? Todos estão sendo socorridos? O ideal é que, em nosso meio, ninguém seja esquecido (At 4.34).
O trabalho assistencial foi considerado pelos apóstolos um “importante negócio” (At 6.3). Por isso houveram-se eles com diligência na escolha dos melhores homens para exercê-lo. Na Igreja de Cristo, o socorro aos necessitados também é visto como prioridade.
Havendo incumbido os diáconos de zelar pelo socorro aos pobres, a Igreja Primitiva demonstra ser possível exercer o serviço cristão em sua plenitude. Em sua despensa havia tanto o pão que desce do céu como o pão que brota da terra. Que exemplo às igrejas de hoje! A ordem do Senhor não será esquecida: “Dai-Ihes, vós mesmos, de comer” (Mt 14.16).Tanto os doze apóstolos como os sete diáconos porfiaram em servir à Igreja. Os primeiros com a oração e a Palavra; os segundos, com o ministério cotidiano. Um não pode subsistir sem o outro. Sanada a dificuldade com a assistência às viúvas gregas, informa-nos Lucas: “Crescia a palavra de Deus, e, em Jerusalém, se multiplicava o número dos discípulos; também muitíssimos sacerdotes obedeciam à fé” (At 6.7 — ARA).
Ministros de Cristo, temos duas prioridades: a oração e a proclamação da Palavra de Deus. Todavia, que jamais venhamos a descurar das obras de misericórdia. O Mestre jamais deixou de saciar os famintos. Por que agiríamos nós diferentemente? É hora, portanto, de zelarmos pelo ministério cotidiano, para que o nome de Cristo seja exaltado e magnificado sempre.

A COMUNHÃO
A comunhão observada na Igreja de Cristo não é um mero fenômeno social. É o resultado da ação direta do Espírito Santo na vida daqueles que recebem a Jesus como o seu único e suficiente Salvador (Ef 2.19). É uma comunhão, aliás, que ultrapassa ao ajuntamento da congregação dos filhos de Israel que, nos momentos de crise, reuniam-se como se fossem um só homem (Jz 20.1). Hoje, a Igreja permanece unida, universal e invisível, no Espírito Santo e assim estará para todo o sempre.
A comunhão é o “vínculo de unidade fraternal mantida pelo Espírito Santo e que leva os cristãos a se sentirem um só corpo em Jesus Cristo” (Dicionário Teológico, CPAD). A palavra grega koinonia traz a ideia de cooperação e relacionamento espiritual entre os santos. A comunhão da Igreja Primitiva era completa (At 2.42). Reuniam-se em oração e súplica, mas também reuniram-se para socorrer os mais necessitados.
A comunhão de sua igreja tem como modelo os cristãos de Jerusalém? Ou não passa de um mero ajuntamento social?
Eis um dos mais preciosos capítulos da doutrina da Igreja: sua unidade. O apóstolo Paulo tinha uma perfeita compreensão desse mistério (Ef 4.1-7). Somente pelo Espírito Santo podemos compreender a unidade de judeus, árabes, gregos e bárbaros que, apesar de suas diferenças culturais e étnicas, não apenas sentem-se e agem como irmãos, mas acham-se espiritualmente vinculados num só corpo pela ação direta e distintiva do Espírito Santo.
Cada membro, neste corpo, tem uma função específica, mas todos trabalham pelo bem comum: “Porque, assim como o corpo é um e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, são um só corpo, assim é Cristo também” (1 Co 12.12). Quando um de seus membros sofre, todos sofrem com ele. Por isso, preocupamo-nos uns com os outros e mutuamente nos socorremos (Ef 4.1-6). Você tem preservado a unidade do Corpo de Cristo? Ou tem promovido divisões e dissensões entre os santos?
Deus quer e exige que seu povo permaneça unido (1 Co 1.10). Em sua oração sacerdotal, o Senhor Jesus roga ao Pai pela unidade de seus discípulos (Jo 17.11). Portanto, se mantemos o vínculo da comunhão, agradamos a Deus (Ef 4.3). Sim, esse é o vínculo da perfeição que tem como base o amor, conforme ensina o apóstolo Paulo: “com toda humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor” (Ef 4.2).
Sua igreja cultiva a verdadeira comunhão? É hora de voltarmos ao cenáculo e reviver os tempos de refrigério e avivamento. Somente uma igreja que experimenta a verdadeira comunhão com Cristo e com os seus membros em particular, sobreviverá nestes tempos difíceis e trabalhosos. O Espírito Santo quer operar em nosso meio. Mas só o fará se estivermos vivendo a genuína comunhão cristã.

CONCLUSÃO

A Igreja não é constituída por cimentos, tijolos e ferros, mas por aqueles que experimentaram o novo nascimento e amam a Jesus de todo o coração.
O valor da Igreja não é resultado de sua arquitetura, de suas obras sociais ou da quantidade de filiais que possui, mas do precioso sangue de Cristo. Embora classificada em universal e local, a Igreja de Cristo é apenas uma. É um só corpo constituído por membros de todas as nações, raças e línguas. A verdadeira Igreja de Cristo é indivisível - pois não há duas Igrejas de Cristo -; militante, porque é composta por todos os salvos vivos; triunfante, visto ser caracterizada por aqueles que já se encontram na glória com o Senhor.
Essas verdades são bálsamos para a vida de cada cristão, pois veremos na glória àqueles que, triunfantes, partiram para estar para sempre com o Senhor. Enquanto não alcançamos essa gloriosa promessa, nós, os crentes militantes em Cristo, seguimos a nossa marcha triunfal até o maravilhoso encontro com o Senhor da Igreja. Exaltemos, pois, a Jesus que nos resgatou e constituiu-nos seu corpo místico!

BIBLIOGRAFIA

A missão da igreja no mundo - Cristian Romo
Bíblia de Estudo de Genebra - Sociedade Bíblica do Brasil
www.observateologia.blogspot.com
LIÇÕES BÍBLICAS-1º TRIMESTRE DE 2011
LIÇÕES BÍBLICAS-1º TRIMESTRE DE 2007

Extraido do Blog -  EBBListas

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domingo, 29 de janeiro de 2012

Romanos, a epístola dos justificados pela fé

Texto Áureo

"Pois não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do grego". Rm 1.16

Verdade Aplicada

A cooperação dos cristãos anônimos, dedicados ao trabalho e aos irmãos, possibilita a implantação de igrejas onde a liderança não pode alcançar.

Objetivos da Lição

Explorar os motivos que originaram a carta aos Romanos;
Demonstrar a seriedade do conteúdo da epístola;
Enfatizar o valor dos cristãos anônimos.

Texto de Referência

Rm 1.8            Primeiramente, dou graças a meu Deus, mediante Jesus Cristo, no tocante a todos vós, porque, em todo o mundo, é proclamada a vossa fé;
Rm 1.9            Porque Deus, a quem sirvo em meu espírito, no evangelho de seu Filho, é minha testemunha de como incessantemente faço menção de vós;
Rm 1.10          Em todas as minhas orações, suplicando que, nalgum tempo, pela vontade de Deus, se me ofereça boa ocasião de visitar-vos;
Rm 1.11          Porque muito desejo vervos, a fim de repartir convosco algum dom espiritual, para que sejais confirmados;
Rm 1.12          Isto é, para que, em vossa companhia, reciprocamente nos confortemos por intermédio da fé mútua, vossa e minha;
Rm 1.13          Porque não quero, irmãos, que ignoreis que, muitas vezes, me propus ir ter convosco (no que tenho sido, até agora, impedido), para conseguir igualmente entre vós algum fruto, como também entre os outros gentios;
Rm 1.15          Por isso, quanto está em mim, estou pronto a anunciar o evangelho também a vós outros, em Roma.
 
Ajuda 1
Ajuda 2



sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Milhares de europeus católicos e protestantes pedem desbatismo

Pessoas de países como Holanda, Alemanha, Bélgica e Áustria estão não só se afastando das igrejas como também fazendo questão de providenciar o seu desligamento formal da religião, com a solicitação do desbatismo.

Anne Morelli, diretora de um centro de estudo sobre religião e laicidade da Universidade Livre de Bruxelas, disse que esse movimento se tornou visível em 2011 em toda a Europa. “Esse movimento está relacionado aos escândalos de sacerdotes pedófilos, mas ocorre já há algum tempo.”

Disse que ainda não existem estatísticas oficiais sobre o crescimento dos desbatismos, mas garantiu que eles ocorrem aos milhares. Trata-se, segundo Anne, de um fenômeno que se verifica entre protestantes e católicos.

Na França, houve um caso que obteve repercussão porque a Igreja Católica se recusou a conceder o desbatismo. O aposentado René Lebouvier (foto), 71, teve de ir à Justiça e obteve sentença favorável, mas a Igreja recorreu à instância superior, e agora a tramitação do processo poderá demorar anos até que saia uma decisão final.

Na opinião de Marc Blondel, presidente de uma organização francesa de livres-pensadores, a Igreja resistiu em tirar o nome de Lebouvier dos seus registros de batismo porque teme facilitar esse procedimento, o que levaria, segundo ele, outras pessoas a pedirem o seu desligamento formal da denominação.

Na região de língua francesa da Bélgica, o número de pedido de desbatismo pulou de 66 em 2008 para 2.000 em 2010, de acordo com a Federação dos Amigos da Moral Secular.

Na Alemanha, 181 mil católicos se desligaram da Igreja em 2011. Lá, em vez de pedir o desbatismo, eles estão preferindo comunicar ao governo que não mais querem pagar impostos à Igreja. Isso representa um rombo nas finanças da Igreja.

Na avaliação de Christian Weisner, porta-voz do movimento internacional leigo “Nós Somos a Igreja”, os alemães não querem se livrar de suas crenças, mas, sim, da hierarquia da Igreja, que perdeu toda sua credibilidade com os escândalos dos padres pedófilos.

Para o escritor Terry Sanderson, presidente da National Secular Society, o que algumas pessoas realmente querem é mostrar o seu repudio. “Elas querem dizer algo como ‘eu não sou mais um de seus membros’”.

Fonte: Overbo


domingo, 22 de janeiro de 2012

A parábola dos trabalhadores na vinha

"Porque o reino dos céus é semelhante a um dono de casa que saiu de madruga­da para assalariar trabalhadores para a sua vinha". Mt20.1

Deus exerce a graça acessível e soberana ao chamar alguém para a sua obra.

 Essa parábola se encontra somente no evangelho de Mateus, tendo sido provocada pela declaração em Mt. 19:30, repetida no vs. 16 deste capítulo: «Assim, os últimos serão primeiros, e os primeiros serão últimos». Essa parábola ilustra tanto a graça de Deus como o seu senhorio. A sua graça é tão grande que ele paga o que não pareceria razoável para os homens; mas não o faz sem razão, pois essa demonstração da graça mui provavelmente contém fatores que tencionam ajudar aqueles que recebem a graça especial de se desenvolver mais prontamente, em sua inquirição espiritual, a fim de serem transformados segundo a imagem de Cristo. A graça de Deus jamais será dada por mero capricho. O tom dessa parábola parece indicar que também tem a intenção de sacudir a «complacência» dos chamados servos de Deus para que se apercebam de seu possível desvio ou serviço incompleto. Também pode servir de ilustração de como Deus trata com os homens no tangente aos privilégios religiosos conferidos, posto que a parábola parece advertir Israel que Deus também pode abençoar aos gentios, e de uma maneira conforme a sua própria escolha, ainda que talvez desagradável para o seu próprio povo terreno (Israel), que por tanto tempo estivera sob a influência dos ensinos de Deus, que há tantos séculos o servia, mas que com freqüência fora negligente nesse serviço. Visto que essa parábola só se encontra em Mateus, é provável que a fonte informativa seja «M». (Ver notas sobre as fontes informativas dos evangelhos na secção da introdução a este comentário intitulada «O Problema Sinóptico», e também na introdução a Marcos e a Mateus).

20:1 Porque o reino dos céus é semelhante a um homem, proprietário, que saiu de madrugada a contratar trabalhadores para a sua vinha.

A maior parte do ministério de Jesus não o pôs em contacto com as elites de Israel ou com as autoridades religiosas. Pelo contrário, Jesus trabalhou muito entre os campesinos, que não estavam em contacto íntimo com a corrente principal do judaísmo. Muitos desses pertenciam ao grupo que os fariseus denominavam de Amhaarez, que significa «gente da terra», isto é, habitantes do interior. Essa gente geralmente era descuidada (pelo menos aos olhos dos fariseus) no tocante às questões da lei. Hilel, o famoso rabino, disse acerca deles: «Nenhum amhaarez é religioso» (Aboth 2:6), e pode-se observar que em João 7:49 os fariseus disseram: «Quanto a esta plebe que nada sabe da lei, é maldita». A passagem de Mt. 22:8-10 mostra que Jesus não compartilhava dessa atitude, mas antes, pensava que os grandes e honrados entre os homens são rejeitados em favor dos «convidados às bodas», recolhidos nos caminhos e valados, e não nos palácios, nas cortes reais ou entre as autoridades das sinagogas. Jesus exercia ministério entre os pobres e moralmente depravados porque eram os que mais necessitavam dele. (Ver. Mt. 9:12). Ao mesmo tempo, os fariseus e outras autoridades religiosas rejeitavam o que ele tinha para dizer. Tais condições eram fatores importantíssimos e que provocaram o pronunciamento desta parábola. Aos olhos de alguns talvez pareça que o ministério de Jesus tenha sido mal orientado por servir aos menos dignos e negligenciar aos supostamente dignos. Talvez o ponto crucial da parábola fique no vs. 15, que diz: «Porventura não me é lícito fazer o que quero do que é meu? Ou são maus os teus olhos porque eu sou bom?» Jesus, portanto, exerceu o seu próprio julgamento acerca de quem deveria receber sua ministração, mas não movido por algum capricho, pois a sabedoria eterna e a vontade de Deus jamais funcionam desse modo. Pelo menos os escorraçados da sociedade «ouviam-no alegremente», ao passo que os líderes, especialmente os líderes religiosos, com o tempo vieram a ser os seus executores. Bastaria esse fato para justificar a sua ação .

«O reino dos céus...» é expressão peculiar a Mateus (cerca de trinta vezes nesse evangelho). Ê mais usada do que «reino de Deus». Obviamente João a usa aqui referindo-se a uma ordem especial de Deus a ser estabelecida na terra, mas em outra parte parece aludir ao testemunho cristão, dirigido por Deus, independentemente de qualquer reino no sentido literal da palavra. É reino do céu porque sua origem, seus propósitos e seu rei são de origem e orientação divinas. Dn. 2:34-45 indica que, em seu aspecto futurista, esse reino será literalmente dirigido por Deus, na terra. A idéia básica desse reino é a sujeição de todas as coisas a Deus, no presente ou no futuro. É provável que o «reino de Deus» seja sinônimo de «reino do céu», mas em alguns casos pode ter sentido mais restrito, como em João 3:3,5-7, onde se vê que ninguém pode entrar no «reino de Deus» sem o novo nascimento. Nesse caso, seja ele chamado «reino de Deus» ou «reino do céu», refere-se àquele reino do alto, onde Deus está, o qual é um aspecto do reino que pode ser chamado «do céu» ou «de Deus». Ó fato de Marcos e Lucas dizerem «reino de Deus» quando Mateus diz «reino do céu», indica que essas expressões são sinônimas. Há muitos aspectos diversos desse reino. Assim, podemos dizer que ele está «entre nós» ou em nós, ainda que seja um reino superior, no qual só se entra através do novo nascimento. Mais adiante pode ser considerado «não deste mundo», mas igualmente «deste mundo», quando o termo pode ser aplicado novamente ao reino ou região do testemunho cristão no mundo, ou ainda pode referir-se a uma lei divina futura. Os escritores dos evangelhos não pretendem separar os diferentes aspectos da idéia pelo simples fato de usarem os termos «reino de Deus» ou «reino do céu», para exprimir coisas diversas, pois, de fato, Marcos, Lucas e João nunca usam a expressão «reino do céu». As diferenças devem ser captadas pêlos usos do contexto, mais do que por uma forma ligeiramente diferente da usual. O uso principal se refere ao reino literal do Messias, neste mundo, e foi isso que João anunciou principalmente. Antes da chegada de Jesus ao mundo, os judeus começaram a pensar em Deus em termos transcendentais, o Deus dos céus, o Deus que está nos céus. Assim sendo, a palavra «céus» ou «céu» se tornou sinônimo de «Deus». Portanto, «reino de Deus» e «reino do céu» são sinônimos. O céu é um eufemismo para Deus. Os Judeus se mostraram relutantes em pronunciar o nome divino, portanto a substituição de Deus por «céu» seria natural. Dono de casa, aqui, representa Deus, que é o proprietário de seu universo, o qual é o seu domínio, a sua possessão e a sua casa, onde todos, em determinado sentido, são «servos» de Deus. Não é provável que Jesus sempre limitasse os «servos» de suas parábolas aos indivíduos abertamente religiosos, e certamente é um erro imaginar que ele sempre visava os «cristãos» com esse termo. Todos os povos de todas as nacionalidades são responsáveis perante Deus, tal como os servos de um rico proprietário de terras estão sujeitos a ele. Outros elementos dessa parábola que transparecem sem grande dificuldade de interpretação, são os seguintes: 1. O administrador, que é Cristo (vs. 8); 2. a vinha, que é o reino dos céus (ver Is. 5:1-7); 3. as diferentes horas de serviço parecem estar diretamente relacionadas ao elemento do tempo da chamada ao serviço em sentido espiritual; 4. a noite, momento da distribuição do salário, parece indicar a «parousia» de Cristo, ou seja, a sua segunda vinda; ou talvez simplesmente indique o tempo de julgamento ou prestação de contas.

A GRANDE dificuldade da parábola jaz na interpretação do sentido do denário e na determinação da lição central da parábola. Muitos intérpretes têm feito observações sobre a dificuldade da interpretação da parábola, e alguns têm pensado que esta,só cede o primeiro lugar, em dificuldade, à parábola do mordomo injusto, em Lc. 16:1-9.

Ao tempo da colheita da uva, os trabalhadores escasseavam e eram intensamente solicitados; é possível que o dono da casa tivesse de sair pessoalmente à procura de trabalhadores, ou então que tivesse de enviar representantes especialmente escolhidos para que fossem contratar trabalhadores. Essa situação nos faz lembrar da falta de obreiros na «colheita» do evangelho, e também que aqueles que são verdadeiramente religiosos, que buscam a Deus e que estão interessados em ser transformados segundo a imagem de Cristo são realmente poucos em número. Deus busca aqueles que são dotados de autênticas inclinações espirituais.

20:2 Ajustou com os trabalhadores o salário de um denário por dia, e mandou-os para a sua vinha.

«Um denário por dia». O denário ou dracma (termo ático) era a principal moeda de prata dos romanos naquela época, talvez valendo vinte centavos de dólar norte-americano, ( hoje 45 centavos de real ) embora com muito maior poder aquisitivo do que essa quantia representa hoje em dia. Geralmente é usado para indicar um dia de salário, o que se verifica na escala de soldos dos soldados romanos. (Ver também Tobite 5:14). Alguns intérpretes asseveram que o salário diário original era ordinariamente menor que um denário, pelo que o oferecimento de um denário inteiro em pagamento de um dia de trabalho era um salário liberal. Lemos que os acordos verbais sobre o pagamento esperado e o trabalho a ser feito eram válidos de conformidade com a lei, isto é, as condições tinham de ser satisfeitas de ambos os lados, ou poderia haver dificuldade ante as autoridades civis. Um dia de trabalho era considerado o tempo desde o nascer-do-sol até o aparecimento das estrelas.

Muita discussão tem surgido em tomo da interpretação do símbolo do «denário», a saber:

1. Alguns têm ensinado que indica uma recompensa temporal apenas, e que não deve ser tomado como indicação de «galardão» eterno, nos céus. Essa recompensa (segundo essa interpretação) significaria as diversas expressões da bondade de Deus para com todos os povos que são seus servos. O recebimento desse tipo de «recompensa» não indicaria que essas pessoas têm ou teriam a «vida eterna». No fim, quando do julgamento, cada qual verá que recebeu o seu «denário», ou seja, qualquer aprazimento que a vida porventura lhes tenha dado. Alguns bons intérpretes, como Lutero, Stier, W. Nast e Wordsworth, têm mantido essa opinião; mas o ponto de vista não se coaduna com a dignidade da parábola e é incongruente com a descrição do dia da recompensa. Pois é muito difícil vermos como, no fim da vida (do dia, segundo a parábola) um servo poderia ser recompensado com a vida que já viveu.

2. Alguns interpretam que o «denário» é um símbolo da vida eterna. Assim pensavam Orígenes, Agostinho (ver, por exemplo, em Sermões 343: «Denarius illevita aeterna est, quae omnibus par est»), e também Gregório I, Bernardo, Maldonato (salus et vita aeterna), Meyer, Lange, Alford (que achava possível que se referisse ao próprio Deus, porquanto Deus é a nossa recompensa). Alguns têm feito objeção a esse ponto de vista por que faz da vida eterna uma forma de recompensa por serviço prestado, o que evidentemente contradiz a salvação pela graça. Todavia, noutras oportunidades o próprio Jesus representou a vida eterna como uma espécie de recompensa ou soldo. Ver Mt. 5:12 («...é grande o vosso galardão nos céus...»); 10:41,42; Lc. 6:23,35; 10:7; Jo 4:36; e também Paulo, em I Co. 3:8,14.

3. Certamente a segunda interpretação condiz melhor com a parábola do que a primeira, mas parece que podemos interpretar o sentido do denário à luz das idéias que nos são fornecidas nos vss. 15 e 16. O vs. 15 indica de modo definido que o «denário» é símbolo de galardão. Assim, pois, apesar da «vida eterna» estar em foco, esta existência terá certo caráter ou expressão para cada indivíduo. O caráter desta existência dependerá do que cada indivíduo tiver feito e tiver sido. Essa ideia, portanto, pelo menos em parte é paralela à doutrina dos galardões que serão conferidos na forma de «coroas», e que serão dados em recompensa ao serviço fielmente prestado. Por outro lado, devemos divorciar-nos de interpretações materialistas. Certamente que teremos posses materiais, mas as Escrituras falam mais particularmente, neste passo, da recompensa espiritual, o que deve incluir o desenvolvimento do homem interior, a capacidade de prestar serviço a Deus e a capacidade de ir-se desenvolvendo cada vez mais, mediante a graça divina, para que sejamos uma representação cada vez mais perfeita da imagem de Cristo. Nossa fidelidade no serviço cristão determinará o estado metafísico de nossos seres e a capacidade que teremos de prestar serviço especial e elevado a Deus. Portanto, aqui está em foco não simplesmente a «vida eterna», mas também a «nossa condição» nessa esfera. Esta passagem, pois, ensina a desigualdade daqueles que possuem a vida eterna, e isso está de acordo com todo o ensino cristão acerca dos «galardões». Seremos galardoados segundo nossas obras e nossa fidelidade; e isso não faz alusão às possessões materiais, de forma alguma. Deus tem muitas obras a serem realizadas, e essa realização envolve uma inquirição eterna. Ele disporá de instrumentos especiais para essas tarefas. Os galardões envolvem a doação de capacidade para o cumprimento dessas incumbências. Essa doação de capacidade envolve transformações metafísicas do ser, na direção da imagem de Cristo; o alvo mais elevado é a transformação total do crente, de conformidade com essa imagem. O vs. 16 (que também interpreta o sentido do «denário») mostra que nos aguardam muitas surpresas. O ponto de vista humano com freqüência é uma interpretação inadequada daquilo que Deus vê como valioso, daquilo que merece recompensa e daquilo que é digno de consideração, porquanto é verdade que nessa questão de recompensas, de posição metafísica na vida além, quer se trate de povos (nações), quer se trate de indivíduos, «...os últimos serão primeiros, e os primeiros serão últimos».

20:3: Cerca da hora terceira saiu, e viu que estavam outros, ociosos, na praça,

«Pela terceira hora». Os judeus computavam a duração do dia em seu sentido mais lato, isto é, de pôr-do-sol a pôr-do-sol (ver Lv. 23:32. Antes do cativeiro babilônico, o dia era dividido em manhã, meio-dia, tarde e um duplo crepúsculo. Também se computava.o dia do nascer-do-sol ao aparecimento das estrelas, e posto que o dia de trabalho obedecia a esse cômputo, o «dia» desta parábola é exatamente este último. Gradualmente a divisão do dia em horas foi sendo introduzida, o que parece ter ocorrido sob a "influência dos babilônios, durante o cativeiro. Posto que o dia natural estava dividido em doze horas, a duração dessas horas naturalmente variava em diferentes períodos do ano. O dia mais longo, na Palestina, consiste de catorze horas e doze minutos; e o mais curto de nove horas e quarenta e oito minutos. Cerca de «terceira hora», ou seja, 9:00 horas, o mercado mui naturalmente, estava repleto de gente. As indicações da passagem do tempo eram as seguintes: 1. «madrugada», literalmente, «acompanhando a alvorada», provavelmente cerca de 6:00 horas, vs. 1; 2. terceira hora, cerca de 9:00 horas, vs. 3; 3. hora undécima, cerca de 17:00 horas, vs. 6. 

«NA PRAÇA». Ou melhor, no mercado. O mercado era o lugar central de reuniões para os que procuravam trabalhadores e para os que procuravam trabalho, conforme permanece o costume em muitos lugares ao redor do mundo. A literatura antiga também revela que muitos homens que tinham pouca disposição para o trabalho se reuniam, igualmente, no mercado, a fim de conversarem e passarem as horas do dia. É possível que durante a época da colheita, quando havia escassez de trabalhadores, os representantes dos fazendeiros também tentassem impelir alguns desses preguiçosos a trabalharem por alguns dias. Como interpretação, diz Stíer (in loc.): «O mercado do mundo é contrastado com a vinha do reino de Deus: os maiores negociantes nas coisas mundanas são meros espectadores, se ainda não entraram no verdadeiro serviço que é a única coisa digna de receber qualquer recompensa».

20:4: e disse-lhes: Ide também vós para a vinha, e dar-vos-ei o que for justo. E eles foram.

«Ide vós também...» Vemos, nessas palavras, que o «dono» não prometeu qualquer salário estipulado. Esses trabalhadores poderiam esperar 3/4 de um denário. O proprietário meramente prometeu dar o que era justo. Esta parábola não foi contada para ensinar principalmente uma recompensa justa, ainda que esse elemento transpareça claramente neste versículo. E, se por um lado, o vs. 15 pode indicar uma ideia voluntariosa, isto é, Deus, por poder fazê-lo e por ser o grande proprietário de todas as coisas, pode fazer conforme lhe agradar, e de fato, nessa questão dos galardões faz o que melhor lhe parece, por outro lado, este versículo nos assegura que aquele que se assenta lá no céu usará de justiça. É encorajador para nós notarmos que quando entra em cena essa atitude voluntária da parte de Deus, ela pende para o lado positivo, ou seja, Deus dá aquilo que nem ao menos é merecido, e também não retém o que é merecido. Podemos ter a certeza de que se Deus exercer a sua vontade além daquilo que os homens considerariam «justo», ele preferirá dar do que tomar; preferirá abençoar a amaldiçoar; ele preferirá consolar a repreender; ele preferirá curar a ferir. A raça humana, incluindo a própria igreja, muito precisa emular esse tipo de atitude voluntária.

20:5: Outro vez saiu, cerca da hora sexta e da nona, e fez o mesmo.

«Outra vez...» (Ver as designações sobre a passagem do tempo, no vs. 3). A sexta hora era cerca do meio-dia, e a nona hora era cerca das 15:00 horas. Este versículo também indica que o «dono» da vinha evidentemente concordou apenas em pagar o que era «justo» aos seus olhos, como no vs. anterior. Estes trabalhadores poderiam esperar receber 1/2 denário ou menos. A situação parece subentender, simbolicamente, que ainda que se faça pouco trabalho, quando Deus nos chama, se for realizado no espírito de fidelidade, será melhor do que grande acúmulo de trabalho, realizado na atitude de um mercenário.

20:6: Igualmente, cerca da hora undécima, saiu e achou outros que lá estavam, e perguntou-lhes: Por que estais aqui ociosos o dia todo?

«E, saindo...» Estes trabalhariam apenas uma hora antes de terminar o dia de trabalho. Era hora realmente incomum para um proprietário sair em busca de trabalhadores, e certamente era horário incomum para alguém entrar no trabalho. O mais provável é que tais homens não estivessem procurando emprego, mas tão-somente deixando passar o tempo até o cair do sol. Talvez outros tivessem procurado trabalho durante o dia, mas sem sucesso. O fato de que depois do calor do dia ter passado, quando a brisa fresca começava a soprar, foi-lhes oferecido trabalho, deve ter-lhes parecido um deleite, embora certamente não pudessem esperar grande salário em pagamento de uma hora de serviço. Como a hora ia adiantada, tornara-se ainda mais urgente contratar trabalhadores adicionais para a colheita. É muito provável que estes últimos trabalhadores a serem contratados, impulsionados por alegria e zelo, tivessem entrado de todo o coração no serviço. Apreciaram a boa disposição do «dono» em permitir-lhes começar a trabalhar em uma hora tão avançada, e provavelmente serviram-no com diligência, ainda que por breve período. Alguns intérpretes acreditam que esse dono ou agiu movido por pura benevolência, isto é, por causa de seu desejo de ajudar aos desempregados, dando-lhes emprego, ou então que ele se mostrou um tanto excêntrico no que fazia. (Tais intérpretes, como Olshausen, Geebel, Koetsveld e Bruce apóiam-se mutuamente em suas idéias).

Como aplicação, podemos afirmar que Deus, na qualidade de dono de todas as coisas, mostra interesse por aqueles que têm desperdiçado a própria vida, talvez por falta de oportunidade de aprenderem os caminhos do Senhor, ou mesmo por terem cedido ante diversas tentações do mundo, que procura atrair os homens para longe de Deus. Até mesmo naquela hora tão adiantada do dia, o «dono» continuava mostrando o seu interesse pêlos homens. O avançado do dia também pode referir-se ao fato de que o tempo está se escoando rapidamente para quem busca oportunidade de servir no reino de Deus, pois breve voltará o Senhor Jesus, quando o tempo de trabalhar nesta esfera terrena chegará ao fim. O adiantado da hora requer a intensificação do trabalho, pois muito ainda resta para ser feito. Deus não despreza aqueles que aparecem na última hora, pois entre esses podem estar os melhores servos, homens impulsionados por um zelo e um ardor novos, homens que, pelo seu exemplo, poderão reavivar aqueles que já trabalham há muito tempo, insuflando nova coragem naqueles que suportaram o «calor» do dia.

Esta parábola parece indicar que Deus se interessa mais pela qualidade do serviço do que pela duração do mesmo. Alguns podem fazer mais bem positivo, em pouco tempo, do que outros têm realizado durante um longo período. Todavia, além de tudo isso, precisamos relembrar a graça de Deus, que chama homens nas últimas horas de oportunidade, pois o ensino da graça de Deus é um dos principais elementos desta parábola. Aquele que se assenta nos céus faz o que é justo e até mesmo muito mais do que é justo, pois age movido pela sua graça. Isso nos faz lembrar do ladrão arrependido, que morria na cruz. É verdade que ele desbaratara toda a sua vida, mas no último minuto entrou no paraíso, acompanhado por Jesus. Essa é uma tremenda demonstração da graça de Deus. Não obstante, toda grande demonstração de graça divina tem o seu propósito, pois Deus nada faz por mero capricho. Seria interessante sabermos quão grande servo de Deus é atualmente aquele ladrão penitente. Aquilo que Deus faz com um homem, do outro lado da existência, isto é, após a morte, tornando-o uma criatura digna e dotada de grande utilidade nas mãos do Senhor, justifica todos os atos da graça que são realizados deste lado da vida.

20:7: Responderam-lhe eles: Porque ninguém nos contratou.   Disse-lhes ele: Ide também vós para a vinha.

«Responderam-lhe...» Evidentemente esses homens estavam desocupados porque ninguém lhes oferecera a oportunidade de trabalhar. Provavelmente estavam desencorajados; mas eis que o bondoso «dono» proveu-lhes a oportunidade que queriam. No grego, a palavra vós é enfática. Até aquele momento, por ser tão adiantada a hora do dia, fora-se tornando cada vez mais difícil que alguém viesse oferecer-lhes trabalho, mas esses, igualmente, não podiam ficar excluídos. Através de toda esta narrativa podemos sentir algo da misericórdia, da graça e da compaixão de Deus, o qual realiza maravilhas quando os homens perdem toda esperança. Por essa razão é que «nós» também temos sido incluídos.

«E recebereis o que for justo». Palavras que aparecem em traduções mais antigas, como AC e KJ, mas que não fazem parte autêntica do texto original do evangelho de Mateus. Alguns escribas adicionaram-nas à base do vs. 4, mas a adição é muito antiga, posto poder ser encontrada nos mss C(l) EFGHKMNSUVX, Gamma, Delta, Fam Pi, Si(c), Cop e nos escritos dos pais Orígenes e Cirilo. Os mss Aleph, BLZ, Fam l e a maioria das versões latinas, o Sá, e os pais Hilário, Arnóbio, Jerônimo, Juvenal também as omitem. Quase todas as traduções modernas (seguindo os mss mais antigos) omitem essa cláusula, incluindo a tradução AÃ e a IB, em português. É interessante notar que o «dono» não prometeu coisa alguma a estes últimos trabalhadores a serem contratados, e nem mesmo lhes fez a promessa de ser «justo», pois o que poderiam esperar da «justiça»? Trabalharam pouquíssimo, em comparação com os demais, pelo menos no que respeita à consideração de tempo, e poderiam esperar pouquíssimo da «justiça», pelo que fizeram.



20:8: Ao anoitecer, disse o senhor da vinha ao seu mordomo: Chama os trabalhadores, e paga-lhes o salário, começando pêlos últimos até os primeiros.



«Ao cair da tarde...» O vs. 12 mostra que já chegara a hora décima segunda, talvez 18:00 horas. O dia já terminara, o sol já se punha. De conformidade com a lei mosaica, os empregados contratados tinham de ser pagos antes de cair a noite. (Ver Lv. 19:13 e Dt. 24:15). Nota-se que, na prática, essa regra nem sempre era observada em Israel, mas sendo justo, esse «dono» não poderia deixar de observá-la. Alguns intérpretes preferem não atribuir qualquer significação ao «administrador». Porém, se serve de símbolo, sem dúvida Cristo está em vista. O próprio termo pode indicar o mordomo de uma única casa, ou o administrador de toda uma propriedade. Cristo é o supervisor posto sobre a família de Deus, a quem foi confiada toda a administração da salvação, incluindo a distribuição dos galardões finais, conforme é evidente pelas Escrituras. (Ver Hb. 3:6; Jo 5:27 e Ap. 2:7,10,17,28).

"Começando pêlos últimos». Aqui também encontramos a atitude voluntária que é tão proeminente nesta parábola. Os últimos a começarem a trabalhar, sem dúvida eram os que esperavam receber por último, especialmente se fosse grande o número de trabalhadores e se o processo do pagamento viesse a consumir muito tempo. Os últimos a começarem a trabalhar certamente não estariam tão cansados como os outros, e poderiam esperar um pouco mais do que aqueles que haviam trabalhado durante doze horas e que estavam exaustos em face do calor do sol. Mas eis que esse «dono» exerce os seus direitos e prefere pagar os recém chegados trabalhadores em primeiro lugar. Uma vez mais se aprende que Deus é soberano; mas também que ele é benévolo, porquanto estava propiciando um privilégio todo especial àqueles que não mereciam tal privilégio. Essa ação não pode ser atribuída a alguma atitude excêntrica ou caprichosa, conforme certamente seria o caso se algum homem assim agisse, mas, aqui somos novamente ensinados que os desígnios especiais de Deus levam-no a fazer certas coisas que parecem estranhas aos olhos dos homens; um conhecimento mais profundo das realidades espirituais, todavia, certamen­te justificaria essa ação divina. Deus pode agir mediante princípios voluntariosos, ainda que as razões divinas dêem apoio a esses princípios.

20:9: Chegando, pois, os que tinham ido cerca da hora undécima, receberam um denário cada um.

«Vindo os da hora undécima...» Pode-se imaginar a surpresa não só dos que estavam ao redor, e que haviam trabalhado por mais tempo, mas também desses homens, que praticamente nada esperavam receber pelo pouco serviço prestado. Contudo, o que fizeram, provavelmente fizeram impulsionados por grande zelo e alegria, por terem sido contratados quando já haviam perdido a esperança. Mas, qual deles teria imaginado que a bondade do «dono» fosse tão grande a ponto de dar-lhes o equivalente a um dia inteiro de trabalho, por apenas uma hora de labuta, e isso durante a fresca do dia?! Aqui é ilustrada novamente a grande bondade de Deus. Esse «dono» estava pensando mais nas necessidades dos trabalhadores, e não na realização do serviço que pudessem prestar-lhe. Sabia que aqueles homens voltariam para suas casas e encontrariam familiares famintos. Necessitavam do pagamento de um dia inteiro de trabalho, embora não o houvessem ganho com seu trabalho. Mas a necessidade foi suficiente para ativar a bondade do «dono».

ESTA PARÁBOLA também pode deixar entendido que o serviço prestado por estes últimos era de alta qualidade, feito com alegria e zelo, ainda que nenhuma idéia semelhante possa eliminar o fato óbvio que o «dono» agiu movido por sua pura graça, dando aos trabalhadores mais do que poderiam esperar ou merecer pelo serviço que haviam prestado. Assim é a graça de Deus. A sua graça se adapta à necessidade, juntamente com o seu desígnio de transformar o trabalhador, mas não de acordo com os méritos do mesmo. Não obstante, Deus não ignora totalmente o mérito, porque a recompensa dos galardões será distribuída segundo o trabalho feito. Todavia, se assim preferir, Deus poderá realizar uma operação especial da graça. O «dono» não fizera qualquer promessa a estes últimos trabalhadores, nem mesmo um salário segundo fosse «justo». Não obstante, receberam o galardão da promessa feita àqueles que haviam trabalhado longa e arduamente. É verdade que talvez não possamos compreender os propósitos de Deus, e de fato seria surpreendente se nossa inteligência pudesse apreender totalmente um assunto tão vasto; porém, ficamos certos, por ensinos como estes, que o Todo-poderoso usa de benevolência, o que basta para dar à existência humana uma grande significação.

Alguns intérpretes, enfatizando que a vida eterna é representada aqui pelo «denário», ensinam que a recompensa, portanto, foi necessariamente igual para todos os trabalhadores. Ellicott reflete essa idéia, quando diz (in loc.): «Nenhum verdadeiro trabalhador poderia receber menos; e vida mais longa de trabalho não poderia exigir mais». No entanto, isso equivale a ignorar uma das principais intenções desta parábola, a saber, que haverá desigualdade nos galardões. A parábola ensina, igualmente, a desigualdade no estado eterno. As Escrituras ensinam tanto graus de punição como graus de galardão. Se Deus assim preferir, Deus poderá proporcionar recompensas não merecidas, mas isso terá algum desígnio que o justifica, e não se baseará em algum capricho.

20:10: Vindo, então, os primeiros, pensaram que haviam de receber mais; mas do mesmo modo receberam um denário cada um.

«Ao chegarem os primeiros...» A parábola passa em branco os intermediários, isto é, os que trabalharam a partir da terceira hora, a fim de abreviar o relato. Obviamente o dono deu quantia igual a todos. Aqueles que começaram às 9:00 horas, ao meio-dia ou às 15:00 horas, também receberam mais do que poderiam ter esperado, pelo que também servem de ilustração da graça de Deus. Falando estritamente no caso desses, a graça foi menos notável do que no caso daqueles que trabalharam apenas durante uma hora, mas isso não a tornou menos real. Apesar de surpresos por não terem recebido mais do que aqueles que começaram a trabalhar na hora undécima, contudo perceberam que haviam recebido mais do que mereciam, pelo que também não se queixaram. Entretanto, os que começaram a trabalhar às 6:00 horas, observavam tudo com grande antecipação. Muitos deles já estariam calculando mentalmente o quanto receberiam. Provavelmente pensavam que cinco ou seis denários seria uma quantia razoável, considerando que haviam trabalhado 1.200% mais do que aqueles que haviam trabalhado durante uma hora. Todavia, enquanto observavam que cada grupo, sem importar as horas de trabalho, recebia a mesma quantia de um denário, foram perdendo a esperança de receber mais. Talvez tivessem esperado receber ao menos o dobro dos demais, mas ficaram amargamente desapontados. Bruce (in loc.) expressa a ideia de que o «dono» era um humorista um tanto excêntrico, que sentia prazer na consternação daqueles homens que haviam trabalhado o dia inteiro. Essa ideia poderia ser aplicada a qualquer homem que assim agisse, mas não é provável que esta parábola tenha o intuito de ensinar tal coisa com relação a Deus. Também é evidente que Jesus não tencionava ensinar que tal prática deve ser a norma empregada pêlos empregadores. A interpretação do que foi feito (a aplicação espiritual) aparece nos vss. 15 e 16. Acha-se presente a atitude voluntária de Deus. Mas essa atitude, segundo é esclarecido nos vss. 6, 8 e 9, tem um desígnio oculto. Fica entendido que o serviço daqueles homens não foi totalmente aceitável para o «dono». Talvez a atitude deles fosse semelhante à do irmão mais velho, na parábola do filho pródigo, em Lc. 15:29: «Há tantos anos que te sirvo sem jamais transgredir uma ordem tua, e nunca me deste um cabrito sequer para alegrar-me com os meus amigos». Esse filho mais velho obedecia perfeitamente a lei, mas conhecia pouquíssimo da graça e do companheirismo, porquanto mais tarde demonstrou claramente o ódio que nutria por seu próprio irmão. Sem dúvida alguma, todos quantos conheciam aquela família, diriam que o irmão mais velho era o «melhor» em qualidades morais. Os líderes religiosos certamente pronunciariam suas bênçãos em favor dele. Talvez até o seu próprio pai estivesse impressionado por toda a sua «bondade». Mas, finalmente, deixou transparecer a sua verdadeira natureza, com suas queixas e com seu ódio. Esse é o tipo de indivíduo que, apesar de pertencer à categoria dos «primeiros» certamente acabará entre os «últimos» porquanto chegaram a merecer essa posição, e não porque Deus tenha feito qualquer violência ou injustiça contra eles.

20:12: Estes últimos trabalharam somente uma hora, e os igualaste a nas, que suportamos a fadiga do dia inteiro e o forte calor.

«Murmuravam...» No grego, a palavra «murmuravam» está no imperfeito, indicando que aqueles homens haviam começado a murmurar e continuavam murmurando. O vocábulo grego aqui traduzido como trabalharam não indica (como alguns intérpretes têm pensado) que aqueles homens acusaram os demais de terem ficado inativos, como se somente eles tivessem realmente trabalhado, mas deve ser considerado como sinônimo da palavra ordinariamente usada para expressar o labor. Porém, apesar de não terem acusado os demais de não terem trabalhado, contudo viam grande desigualdade na distribuição de salários por parte do «dono»; e à primeira vista a queixa deles parece justa. Por qual motivo os publicanos e as prostitutas entrariam no reino de Deus antes daqueles cujas vidas inteiras expressavam sua religiosidade e cujo mérito sem dúvida parecia muito maior do que o dos publicanos e o das prostitutas? Não obstante, Deus sabe dar a resposta certa, quando o conhecimento limitado do homem encontra um dilema. A parábola ensina a justiça perfeita da parte do «dono» para com aqueles trabalhadores. Tinham recebido exatamente o que mereciam, ao passo que os outros talvez tivessem recebido mais do que mereciam.

«A fadiga e o calor do dia». A palavra aqui traduzida por calor é usada em outros lugares (como em Tg. 1:11, e em Jn 4:8, na LXX), a fim de indicar o «vento escaldante» que sopra do sul e que geralmente traz muita poeira, em substituição ao frescor das primeiras horas da manhã. Segundo se lê, realmente isso torna o período matinal mais cansativo e difícil do que a tarde, quando esse vento geralmente cessa de soprar. Esse foi o vento que havia ressecado os grãos, no sonho de Faraó (Gn. 41:6), e que secou a planta que nascera por sobre a cabeça de Jonas (Jn. 4:8), e que também ressecou a vinha, na parábola de Ezequiel (Ez. 17:10). Esse vento, que costumava soprar das bandas do deserto da Arábia, foi que dificultara o trabalho daqueles homens. Parece que estavam com toda a razão. A tendência que demonstraram foi a de exagerar o valor de seu próprio trabalho e de superestimar o valor de suas ações aos olhos de Deus. Pois onde os homens encontram algum valor, e às vezes grande valor, Deus talvez não encontre nenhum. (Quanto à questão dos ventos que costumam soprar na Palestina, ver Benzinger, Heb. Arch., pág. 30).

20:13: Mas ele, respondendo, disse a um deles: Amigo, não te faço injustiça; não ajustaste comigo um denário?

«Amigo, não te faço injustiça». A palavra amigo é tradução de um vocábulo grego que usualmente significa «camarada» ou «companheiro». Essa palavra não traz qualquer tom de repreensão, embora haja instâncias em que a palavra é usada dessa maneira. (Ver Mt. 22:12; 26:50). O dono não empregou essa palavra com ironia, mas antes, como expressão de gentileza, para mostrar que a reprimenda contida em suas palavras não era resultado de parcialidade. A resposta do «dono» foi dirigida a um único indivíduo, provavelmente o principal queixoso, ou então por ser o porta-voz dos outros. Mas essa resposta se aplicava, igualmente, a todos os outros. Todos sabiam que «um denário» era um salário liberal em pagamento de um dia de trabalho, pelo que é evidente que o «dono» de forma alguma estava enganando os trabalhadores que haviam começado a labutar cedo pela manhã. Se tivessem trabalhado para algum outro proprietário, provavelmente teriam recebido menos de um denário. Jesus, evidentemente, queria ilustrar que a justiça de Deus está acima de qualquer critica. O contrato foi feito e mantido sem qualquer revisão posterior. Paulo diz que quando alguém trabalha para Deus, em bases contratuais, «.. .o salário não é considerado como favor, e, sim, como dívida» (Rm. 4:4). Na literatura rabínica encontra-se uma parábola similar, mas com uma lição significativamente diferente. Certo rei tinha muitos trabalhadores a seu serviço, embora um deles fosse um trabalhador extraordinariamente bom. O rei permitiu que esse trabalhador trabalhasse por duas horas, e então permitiu-o ir em liberdade; mas recebeu a mesma quantia que os outros. Quando seus colegas se queixaram, o rei replicou: «Este homem fez mais em duas horas que qualquer de vós fez durante o dia inteiro» (B. T. B. Smith, Parables ofthe Synoptic Gospels» págs. 71-72). Essa parábola indica uma das atitudes da doutrina judaica, isto é, que de todos se requer ações justas. Diz Aboth 2:8: «Se muito fizeste na Torah, não reivindiques mérito para ti mesmo, porque com esse propósito foste criado». Mais adiante se lê (Aboth 5:23): «.. .a recompensa é proporcional ao trabalho efetuado». Essas citações ilustram a compreensão que alguns rabinos tinham de que a graça de Deus contrabalança as deficiências humanas, e que essa graça se expressa na forma de bondade que em muito ultrapassa a proporção do mérito humano. Por outro lado, isso não isenta o indivíduo de responsabilidades; e, segundo um outro ponto de vista, o homem é galardoado de conformidade com o seu labor. No entanto, os rabinos também reconheciam que os motivos e atitudes são muito importantes aos olhos de Deus. As ações devem estar escudadas no motivo do amor, não devendo ser realizadas por mero sentimento de dever. Diz Aboth 1:3: «Não sejas como os escravos, que servem a seus senhores visando a recompensa; mas sê como os escravos que servem não por causa da recompensa, e então permite que o temor dos céus desça sobre ti». E Aboth 4:2 assevera: «A recompensa de um dever realizado é outro dever a ser cumprido

Jesus ensinou que nenhum homem está isento da obrigação moral e que a simples obediência não dá direitos e privilégios especiais a quem quer que seja. (Ver Lc. 17:9). Não obstante, ele também expôs a «recompensa» como motivação ao serviço cristão. (Ver Mt. 5:12). Jesus, entretanto, salientou que a «recompensa» é um fator principalmente do mundo vindouro, e que somente Deus tem conhecimento suficiente para recompensar ou punir corretamente. As idéias humanas, por conseguinte, com freqüência podem ser completamente erradas. Pelo menos podemos ter certeza de que Deus é justo e fará o que é direito e que o agir corretamente na sua presença pode ser a maior recompensa que um servo merece. Se Deus resolver agir dessa maneira, nenhum daqueles que receberem seu «galardão» apropriado poderá queixar-se. Certamente que nenhum discípulo verdadeiro se ressentiria porque o ladrão penitente está em seu descanso celestial (ver Lc. 23:43) ou ante qualquer outra manifestação da pura graça de Deus, ainda que ele mesmo não tivesse recebido diretamente essa graça.

20:14: Toma o que é teu, e vai-te; eu quero dar a este último tanto como a ti.

«Toma o que é teu...» A indicação é que esse servo jogara no chão o seu denário, indignado, recusando-se a tocar nele, murmurando e queixando-se porque esperava receber mais. Seu único denário, porém, lhe foi devolvido nem mais e nem menos do que antes; pois fora exatamente aquela a quantia que contratara e que havia ganho. «Vi-te», nesse caso, não expressa o que alguns intérpretes têm imaginado que o «dono» despediu indignado aquele homem, ou que o desligou do serviço em sua propriedade. Meramente mandou-o ir se, não querendo mais discutir sobre o assunto, posto ser claro que a queixa do homem fora provocada pela inveja e pelo descontentamento. Pode-se ver claramente, aqui, que a interpretação que faz o denário ser símbolo da «vida eterna», e que faz essa vida eterna ser equivalente à «salvação», rui por terra. Como pode um cristão ser represen­tado a aceitar com relutância a vida eterna, queixando-se que outros foram mais abençoados do que ele? Isso é claramente impossível. Portanto, o que se tem aqui é o quadro representativo do estado metafórico dos servos de Deus (isto é, do mundo inteiro), no além-túmulo. Tal posição pode envolver a «vida eterna» ou «salvação», mas não é diretamente equivalente a ela. Cada indivíduo é assinalado por Deus para a sua respectiva posição na outra vida. Essa posição é uma retribuição ao bem ou ao mal; mas a graça de Deus também é fator determinante. Jesus falou, de modo muito geral, sobre essa questão, e não categoricamente, isto é, dividindo toda a humanidade em dois grupos, como com freqüência se ouve nos púlpitos. Essa parábola poderia, igualmente, aplicar-se aos que se acham no «hades» ou nos lugares celestiais. Cada indivíduo receberá, como recompensa, a posição que lhe cabe na outra vida. Alguns serão primeiros, e outros últimos, e essas posições com freqüência serão reversões do que os indivíduos particulares talvez estivessem esperando.

20:15: Não me é licito fazer o que quero do que é meu? Ou é mau o teu olho porque eu sou bom?

«Porventura não me é lícito. ..» Essa declaração, posta na boca do «dono», provê uma das principais chaves da interpretação desta parábola que tantos estudiosos têm lutado por explicar. Temos aqui a atitude voluntária do cristianismo. Deus é soberano e não está sujeito às leis, ideias ou interpretações dos homens. O que Deus faz é correto porque assim ele determinou fazer. Por outro lado, Deus resolve fazer algo porque isso é direito. Deus não vive de conformidade com um padrão ou regra de conduta, para então esperar que os homens vivam segundo um padrão diferente ou contraditório. Se as duas coisas parecem diversas, é porque nosso conhecimento não é capaz de compreender ou explicar correta e completamente a vontade de Deus. Se isso não fosse verdade, então o Todo-poderoso, de quem se deriva toda a moralidade, pelo menos poderia ser considerado como uma força má, e não boa. Temos de aceitar que a moralidade é para Deus aquilo que é para nós, com algum desconto no tocante à nossa falta de compreensão ou à nossa interpretação equivocada. Temos de supor que a moralidade que é revelada para nós, pela revelação bíblica, não somente é boa para nós, mas é, igualmente, o padrão pelo qual se rege o Todo-poderoso em sua conduta. Se assim não fora, não poderíamos dizer que, de conformidade com nosso uso dos termos, o Todo-poderoso jamais pode ser mau. Devemos notar, outrossim, que nesta passagem, os atos voluntários de Deus pendem para o lado positivo, e não para os aspectos negativos. Deus não dá menos do que merecemos; pelo contrário, em um caso ele deu mais do que o merecido, embora nos outros casos expostos na parábola ele tenha dado exatamente o que os indivíduos mereciam. E isso o Senhor não fez motivado por algum capricho, e, sim, baseado em desígnios elevados, tendentes a fomentar o progresso espiritual da alma, para que esta se aproxime mais ainda da imagem de Cristo, o que é o alvo de toda a existência humana. Segundo todos os padrões humanos, essa ação é não apenas boa, mas reflete uma bondade desconhecida neste lado da vida, entre os homens. Aqueles que tem disposição religiosa e disso estão cônscios, aceitam essa ação sem levantar questões; e mesmo onde lhes restar qualquer dúvida de interpretação, hão de aceitá-lo pela fé. Quando se fala em termos do reino dos céus e do grande futuro que Deus ali nos oferece, quem pode reivindicar mérito para si mesmo? Parece claro, pois, que qualquer salário, qualquer recompensa, é uma pura manifestação da graça de Deus.

«Ou são maus...» «Olho mau» é uma expressão usada nas Escrituras para indicar as más disposições ou a má vontade dos homens, e com frequência indica a inveja ante a prosperidade alheia. (Ver Pv 23:6). Em Mc. 7:22, esse defeito é alistado entre os males que procedem do coração. Entre os povos das culturas antigas, esse «olho mau», segundo se pensava, era acompanhado por uma espécie de poder mágico capaz de injuriar o próximo, e as pessoas que se supunham capazes de lançar tais olhares eram evitadas. Nos tempos antigos, encantamentos e amuletos eram usados para proteger dos efeitos do chamado «mau olhado». Até hoje, no oriente e na Europa, prosseguem tais superstições. Na passagem de Mt. 6:23 o olho é usado como símbolo dos «olhos do coração» (ver Ef. 1:18). É através da agência desse olho interno, que a iluminação atinge o ser inteiro do indivíduo iluminado. Essa visão interna fala do estado da alma, do desenvolvimento da personalidade, da espiritualidade, da comunhão com Deus, da percepção espiritual, etc. Por outro lado, o «olho mau» se refere à corrupção da alma, às disposições carnais, à comunhão com a malignidade, etc. O indivíduo dotado de «olho mau» é homem do diabo; e esse olho está cheio de trevas, o que significa que o indivíduo vive às apalpadelas, tropeçando nas trevas. (Ver referências em Pv. 23:6; 28:22 e Aboth 2:9).

«Bom», nessa passagem, é tradução do termo grego agathos. Em Rm. 5:7 encontramos um contraste entre as palavras gregas «agathos» e «dikaios», que geralmente são empregadas como sinónimos próximos. É evidente que «agathos» (a palavra aqui empregada) indica mais do que a mera «justiça», ou seja, expressa a ideia de generosidade. O «dono» mostrou-se mais do que bom ou justo, pois foi generoso. E essa generosidade foi a causa mesma da queixa do servo murmurador. Por isso é que tal servo foi descrito como possuidor de «olho mau», o que indica uma atitude de inveja ou ciúme.

20:16: Assim os últimos serão primeiros, e os primeiros serão últimos.

«Assim, os últimos serão primeiros...» A mesma declaração (logos) se encontra em Mt. 19:30, mas a ordem das palavras é ligeiramente diferente entre as duas passagens. Uma completa explanação de todos os sentidos possíveis desse «logos» se encontra em Mt. 19:30, que o leitor deve examinar. É verdade que a obra do indivíduo não depende inteiramente do tempo que ele despende na mesma, pois a qualidade do serviço também se reveste de grande importância. Jer. Berak. ii.5c, entre os escritos rabínicos, diz: «Assim também o rabino Bun bar Chija, em vinte e oito anos, realizou mais do que muitos eruditos estudiosos em cem anos». O sentido dessa declaração, neste contexto da parábola, não é que o galardão será igual para todos os «servos», quer entrem cedo, quer entrem tarde no serviço cristão. De fato, o tom da parábola inteira é contrário à igualdade, e favorece mais a desigualdade. O ponto que Jesus deixou claro é que aquilo que os homens podem considerar como base para ocupar o «primeiro» lugar ou a melhor recompensa, não expressa, necessariamente, o que Deus reputa como base de «primeiro» ou de «último» lugar. Segundo o ponto de vista humano, os que entraram por último no trabalho, mui naturalmente seriam os últimos quanto às recompensas; no entanto, tornaram-se os «primeiros», pois seu galardão foi comparativamente maior do que o período de tempo em que trabalharam nos faria acreditar. Em termos gerais, e mediante o uso dessa declaração familiar, Jesus adverte-nos que os galardões, quer envolvam a «vida eterna», a «salvação» ou diversos graus de glória ou punição, poderão ser dispensados de uma maneira extremamente diferente daquela que esperaríamos. Em todas essas condições (vida eterna, salvação, graus de glória ou punição, etc.) haverá muitos «primeiros» que serão «últimos», e muitos «últimos» que serão «primeiros».

"Porque muitos são chamados, mas poucos escolhidos». Palavras que aparecem nos mss CDW, Theta, Fam Pi, Fam l, Fam 13 e nas traduções AC, KJ, F e M. Os mss mais antigos omitem essas palavras, como Aleph, BLZ, Sah e todas as traduções, exceto KJ, AC, F e M. Essa cláusula não aparecia no original de Mateus, mas foi inserida aqui por algum escriba, com base em 22:14 deste evangelho, onde as palavras cabem melhor dentro do contexto.

Tem havido muitas interpretações dessa parábola, a qual é considerada como uma das mais difíceis que os leitores do N.T. podem encontrar. Abaixo estão as opiniões principais dos intérpretes:

1. Calvino ensinava (in loc.) que essa parábola foi apresentada por Jesus para repreender a pergunta de Pedro, em Mt. 19:27. Segundo essa opinião, Jesus repreendeu a Pedro por haver exibido uma atitude materialista, mostrando que ele poderia ficar surpreendido quando os galardoes fossem distribuídos em recompensa pelo serviço dos crentes. Essa interpretação contém alguma verdade, mas não certamente a verdade central desta parábola.

2. Irineu dizia que aqueles que haviam trabalhado por mais tempo (por terem começado cedo) representam os patriarcas e profetas do V.T., ao passo que os servos que entraram no serviço à hora undécima representam os discípulos de Cristo (citado por Richard Chenevix Trench, em Notes on the Parables of Our Lord, London, Kegan Paul, Trench and Co. 1886. pág. 170).

3. Muitos intérpretes, antigos e modernos, têm ensinado que essa parábola ensina que os servos que trabalharam por muitas horas representam a nação judaica, enquanto aqueles que trabalharam pouco, representam a igreja gentílica. Essa interpretação tem sofrido muitas elaborações. Gregório, por exemplo, dividia a história dos judeus em períodos que correspondiam aos vários horários que aparecem na parábola, mas isso não passa de exagero. Se não for demasiadamente pressionada, essa teoria expõe, provavelmente, uma das coisas tencionadas por seu uso no evangelho de Mateus. Jesus parece ter ensinado uma verdade similar em outras parábolas, tais como a dos «dois filhos» (Mt. 21:28-32), a dos «lavradores maus» (Mt. 21:33-46) e a das «bodas» (Mt. 22:1-14).

4. Os fariseus, e outras pessoas extremamente religiosas, embora falsas, no dizer de outras interpretações, são representados pêlos servos que começaram a trabalhar primeiro, enquanto os servos que chegaram por último representam as pessoas simples que vieram a tornar-se discípulos de Jesus. Essa interpretração contém um dos ensinos centrais dessa parábola, mas é bem possível que a aplicação inclua, igualmente, a terceira interpretação.

5. O mais provável é que a parábola deva ser compreendida de maneira geral, em termos latos, não sendo impossível que o próprio Jesus a tenha proferido, em ocasiões diversas, para ilustrar diferentes verdades, tal como empregou outras declarações e narrativas, embora esta tenha sido registrada apenas por uma vez. O que ele quis destacar é a desigualdade que haverá entre os indivíduos ou nações na outra existência, sem importar se está em foco a «vida eterna», a «salvação» ou os vários graus de recompensa para os crentes autênticos. Jesus adverte-nos que, em todas essas situações, esperam-nos surpresas extraordinárias. Como elementos que explicam o caráter geral dessas situações, e as razões por detrás delas, podem-se alistar os seguintes: a. As recompensas dadas por Deus não são conformes aquilo que os homens pensam merecer. Na vinha de Deus, quem ousa reivindicar qualquer mérito? b. A justiça de Deus é completa e perfeita, e não está sujeita às inquirições motivadas pelas dúvidas dos homens, c. A justiça de Deus, porém, é perfeitamente «justa», de conformidade com todas as definições corretas da justiça, pois Deus deseja aquilo que é correto, e as coisas não são retas simplesmente porque Deus as prefere, embora isso também seja verdade, d. A graça de Deus também abrange aqueles que não a merecem, dispensando recompensas muito além daquilo que se poderia esperar com justiça. Essa graça opera mediante desígnio divino, e não por algum motivo caprichoso, e. Ó tempo de serviço não é tudo. Os motivos e as atitudes por detrás desse serviço, bem como a qualidade do serviço, são levados em consideração, f. A complacência pode iludir-nos e levar-nos a fazer avaliações que serão comprovadas como falsas, naquele grande dia. g. Jesus, na qualidade de administrador, será o juiz dessas coisas, bem como o padrão e o despenseiro de toda graça e galardão.

Bibliografia. R. N. Champlin

Ajuda Tempo
Ajuda Lição

 Fonte: EBD Areia Branca   Lição 2005, As Parábolas de Jesus

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Temor do ‘fim do mundo’ faz empresa a vender abrigos contra o Apocalipse

Teorias apocalípticas sobre o final dos tempos em 2012 ganham força com a divulgação de profecias de povos ancestrais, como os maias, e uma empresa norte-americana já está oferecendo “acessórios” que poderiam constituir abrigos contra um possível um cataclisma global.

oberto Vicino, criador do projeto Vivos, alega que os cristãos que esperam o arrebatamento também já pensar devem nos preparativos para a ocasião. Para isso, ele oferece bunkers subterrâneos que podem abrigar até 6 mil pessoas, ao custo de US$ 50 mil. Mas ele ressalta que existem opções mais econômicas: "o plano de 6 meses custa US$ 10.000, mas a duração é mais curta e não é da melhor qualidade", explica o empresário.

Vicino ressalta ainda que quanto maior a capacidade do abrigo, menor o custo por pessoa do mesmo. Segundo o fundador do Vivos, 25 mil pessoas já solicitaram a adesão ao projeto, mas nem todos podem arcar com os preços.

Quando questionado sobre as razões que impulsionam as pessoas a se inscrever no projeto, ele cita não um acontecimento específico, mas o ‘medo do desconhecido’.

“As pessoas geralmente se inscrevem por medo do desconhecido. Não conheço ninguém que tenha aderido com base em uma ameaça específica, mas sim com o temor de que ocorram uma série de possibilidades”. Ele ainda diz que pessoalmente, acredita que não será uma única ocasião cataclísmica, mas sim uma série de eventos que levarão ao fim do mundo.

Volta de Cristo

O dia 21 de dezembro de 2012 marca o fim do calendário maia e já provocou muita discussão sobre o que a data pode significar. Para os Cristãos, a data não significa o fim do mundo, mas a volta de Cristo será o evento da qual todos devem se preparar.

O produtor cristão André Van Heerden afirma que seria sábio que os cristãos estivessem preparados para tudo, independente do que possa acontecer nesse dia. Van Heerden produziu um documentário que analisa não só as possíveis previsões e desastres naturais que podem ocasionar o fim dos tempos, mas também o que a Bíblia diz sobre isso. E ele alerta para que os cristãos fiquem atentos para que a data prevista pela profecia maia não seja utilizada para enganar e até utilizar os rumores para vendas de itens relacionados ao apocalipse.

O documentário de Van Heerden, intitulado "2012: profecia ou pânico" diz que há muitas teorias sobre o fim do mundo circulando por aí, e algumas até parecem convincentes. “Apesar de opiniões sobre as teorias dizerem que elas podem realmente ser consideradas confiáveis, mas pessoas devem, contudo, estarem conscientes do que está acontecendo”, disse o produtor.

"O mundo está mudando, e uma dessas mudanças pode ser o retorno de Cristo," enfatizou Van Heerden. Ele aconselha os cristãos a não se envolverem em todas as especulações que pairam e surgem a todo momento.

“Precisamos olhar para esses rumores objetivamente, por meio da lente da Bíblia”, incentiva Van Heerden. E continua: “a Bíblia tem sido 100 % precisa, em termos de previsões, seja com o retorno dos judeus para Jerusalém, os problemas no Oriente Médio, e nós realmente acreditamos que o arrebatamento está chegando.”

Sobre a construção de abrigos, ele avalia que as pessoas estariam colocando sua fé em si mesmos e em objetos feitos pelo homem, e não no Deus Eterno.

Para o empresário Vicino, seus maiores adversários são justamente os evangelistas que dizem que não é necessário um abrigo subterrâneo, pois só é preciso crer em Jesus. “Acho que é muito arrogante acreditar que quando esses eventos ocorrerem será o arrebatamento. Não sabemos ao certo se ele vai chegar ou se vai chegar. Se não nos prepararmos e ficarmos somente com os braços levantados dizendo ‘eu acredito em Jesus, me leve!’, pode ser decepcionante”, diz.

Veja um vídeo de 12 minutos apresentado por Vicino em um abrigo em Indiana, que está em fase final de construção:



quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Comunhão dos Santos – A missão conciliadora da Igreja

“E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações” (At 2.42).

A comunhão entre os crentes, fruto do amor de Deus em nós, é uma das características mais singulares da Igreja de nosso Senhor Jesus.

Comunhão: Este termo designa o vínculo espiritual e social estabelecido pelo Espírito Santo entre aqueles que recebem a Cristo como o seu Único e Suficiente Salvador (Ef 4.1-16).

A palavra comunhão é a chave para entendermos o rápido progresso da Igreja, formada por dois povos, judeus e gentios. A Igreja somente progrediu mediante a comunhão e unidade de seus membros. A Bíblia assevera que de ambos os povos, Deus fez apenas um, constituindo o Corpo místico de Cristo (Ef 2.14-17; 4.3-6; 1 Co 12.13).

SIGNIFICA DE “COMUNHÃO” NO NOVO TESTAMENTO

Definição. A palavra comunhão é a tradução de um dos termos mais enfáticos a respeito da unidade e fraternidade cristã: “E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão (koinōnia)...” (At 2.42). O sentido desta palavra no Novo Testamento vai além de “associação de pessoas”, “agremiação” ou “companheirismo”. A comunhão que trata as Escrituras (At 2.42; Fp 2.1; 1 Jo 1.3), resulta da salvação que desfrutamos em Cristo (1 Co 1.9). É a “comunhão do e no Espírito Santo” (2 Co 13.13; Fp 2.1); a “comunhão da fé” (Fm v.6), e a “comunhão dos crentes uns com os outros e com Cristo” (1 Jo 1.3,6,7).

As bases da comunhão da Igreja. A Igreja não é um clube de amigos ou uma associação humana secular. Também não é uma empresa. Todavia, é o conjunto ou comunhão dos redimidos em Cristo, que compartilham da “unidade do Espírito pelo vínculo da paz” (Ef 4.3). A Igreja é o corpo místico de Cristo, e, cada crente em particular, é membro desse corpo glorioso (1 Co 12.12,13). Por conseguinte, a comunhão no Espírito (Fp 2.1) é vital à unidade e à paz da Igreja. Segundo Efésios 4.3, a comunhão, unidade e paz na Igreja não são produtos dos esforços humanos, mas uma ministração do Espírito Santo. Uma vez que o crente é templo e habitação do Espírito de Deus (Jo 14.16,17; Rm 8.14; 1 Co 3.16; 6.19), somos todos “um só corpo” (Ef 4.4), servindo e amando a “um só Senhor”, compartilhando de “uma só fé”, “um só batismo”, “uma só esperança”, “um só Deus e Pai de todos” (vv.5,6). Guardemos, pois, a “unidade do Espírito pelo vínculo da paz” (v.3).

CINCO EXPRESSÕES DA COMUNHÃO EM CRISTO NA IGREJA

Amor Fraternal. Nas páginas do Novo Testamento, encontramos as expressões “amor fraternal” (Rm 12.10; 2 Pe 1.7) e “caridade fraternal” (1 Ts 4.9; Hb 13.1; 1 Pe 1.22). Trata-se literalmente do amor e afeição entre irmãos (1 Pe 3.8). No plano espiritual, isto significa muito mais do que “irmandade” ou “concórdia entre irmãos”. Nos textos de Romanos 12.10; 1 Pedro 1.22; 3.8, o amor fraternal refere-se ao estado e atitude do cristão humilde e compassivo, que continuamente prefere dar honra aos outros em vez de recebê-la. Observe o que afirma Romanos 12.10: “Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros”. Ver também Filipenses 2.3,4. Portanto, amar o irmão na fé em Cristo é: (1) honrá-lo acima e independente dos interesses pessoais; (2) ser sincero, compassivo, afável; (3) ser entranhavelmente misericordioso com ele em seus sofrimentos e faltas (1 Pe 3.8,9); (4) levar as cargas uns dos outros (Cl 6.2).

A Unidade (Jo 17.21-23; Ef 4.5,6). Jesus, em sua oração intercessória, fez sua mais ardente petição ao Pai: “Que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim, e eu, em ti; que também eles sejam um em nós” (Jo 1 7.21). A comunhão é includente e excludente. É includente, pois a comunhão do corpo de Cristo em um “só Espírito”, “um só Senhor”, “uma só fé”, “um só batismo” e “um só Deus”, é possível somente entre os que nasceram de novo (Jo 3.2-8). É excludente, porque todos os que não receberam a Cristo como seu Salvador pessoal, não podem participar da comunhão (koinōnia) da igreja. Os incrédulos não desfrutam dessa comunhão, porque a luz e as trevas, a justiça e a injustiça, o fiel e o infiel, não se associam (2 Co 6.14-16).

A Filantropia. O termo filantropia aparece no texto original de Tito 3.4 (ARA), referindo-se ao incomensurável amor de Deus pela humanidade: “A benignidade de Deus, nosso Salvador, e o seu amor para com todos”. A expressão “amor para com todos” é a tradução da palavra original filantropia. Por conseguinte, significa “benevolência, amor ao próximo”. De acordo com Tito 3.4, a filantropia bíblica é a manifestação do amor divino para com o homem. Na Igreja do Novo Testamento, os cristãos reuniam-se a fim de participarem de uma festividade filantrópica denominada “ágape”. Era o “partir do pão” em cada casa de forma a quebrar toda e qualquer diferença social ou étnica. Também os cristãos vendiam suas propriedades e colocavam o dinheiro arrecadado aos pés dos apóstolos, para ser dividido entre os necessitados (At 2.45). O amor divino os impulsionava à prática de boas obras (Ef 2.8-10).

A Comunidade. O texto de Atos 2.42 diz que “perseveravam na comunhão”. Os fiéis se reuniam fraternalmente e tinham uma causa comum. A igreja cristã era a comunidade dos remidos. Todos compartilhavam dos mesmos interesses. Ninguém se sentia excluído, pois as diferenças sociais e espirituais não eram superiores à fraternidade comunitária. Tal comunhão vinha do Espírito Santo que os enchia, como em Atos 4.31,32. Assim deve ser numa comunidade cristã autêntica, cheia do Espírito Santo e do seu fruto, como está patente em 1 Coríntios 13.4-7, Gálatas 5.22,23 e Efésios 4.9,10.

O Amor (1 Co 13.1-8). Em 1 Coríntios 13, a Bíblia destaca o amor divino como a virtude que deve reger na igreja o relacionamento das pessoas. É esse santo amor, de que trata a presente lição, que promove a comunhão dos santos, conforme 1 Coríntios 13.4 e Filipenses 2.1b. Esse amor faz-nos acolher e aceitar o próximo como irmão.

A COMUNHÃO ATRAVÉS DOS DONS ESPIRITUAIS

A comunhão dos santos requer decoro e ordem no culto cristão (1 Co 14.26-40). Esse texto ensina que não basta haver a plenitude do Espírito nos membros da igreja, bem como o exercício dos dons espirituais na vida cotidiana da congregação. É também necessário que os dons sejam exercidos com ordem e decoro para que não haja confusão, desordem e escândalo. A espiritualidade que se manifesta sem a doutrina, como ensina a Bíblia, produz divisão, dispersão, evasão e afastamento, ao invés de fraternidade, unidade e comunhão.

Os dons espirituais e seu efeito na comunhão (1 Co 14.3). Os dons são recursos poderosos do Espírito Santo para a Igreja, inclusive para sua exortação e edificação. Por isso, devemos buscá-los com zelo e redobrado amor, a fim de que todo o povo de Deus seja edificado na sã doutrina.

A comunhão espiritual e fraterna de que participamos na Santa Ceia do Senhor (1 Co 10.16; 11.33), ilustra o tipo de relacionamento fraternal e espiritual que deve sempre haver entre os filhos de Deus: comunhão com Deus e uns com os outros.


“Comunhão e Santa Ceia"

A essência da Santa Ceia é a comunhão. Comum-união entre os discípulos: somente um corpo e um só Espírito... um só Senhor, uma só fé, um só batismo, um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, age por meio de todos e está em todos (Ef 4.4-6).

Repartir nossos recursos é uma confissão do evangelho de Cristo e uma oração de obediência na qual glorificamos a Deus e contribuímos para criar e manter uma verdadeira comunidade. É no momento da celebração da ceia que se reavalia a unidade e a comunhão cristã. É por essa razão que a celebração da ceia sucedia a festa do amor durante os primeiros anos da igreja. Realizava-se a ceia com o pão e o vinho utilizados na festa do amor, onde os membros partilhavam os alimentos que traziam numa verdadeira festa de amor e confraternização, celebrando a comunhão horizontal profetizada por João em 1 Jo 1.7.

Segundo alguns estudiosos, não bastava somente ser batizado nas águas, era necessário desenvolver a comunhão cristã. Era necessário participar dos sofrimentos e lutas dos demais irmãos na fé como verdadeiro corpo de Cristo (1 Co 12.25,26).

A celebração da Santa Ceia exigia que seus celebrantes desenvolvessem a comunhão fraterna, que vivessem o verdadeiro sentido do evangelho na perfeição da unidade cristã (Jo 17.23). Segundo os primitivos cristãos, a verdadeira comunhão com Deus, a comunhão vertical, só seria possível mediante a comunhão com os demais irmãos da comunidade onde se vive a fé (1 Jo 4.20). Aliás, o perdão mediante o sangue de Cristo só se efetiva mediante a comunhão (1 Jo 1.7)”.

(SANTOS, R. R. A Santa Ceia. RJ: CPAD, 2005, p.7,9,60,61,62.)

Comunhão é o sentimento de unidade que leva os cristãos a se sentirem um só corpo em Cristo Jesus. Tendo como vínculo o amor, a comunhão cristã desconhece distinções sociais, culturais e nacionais. Agora somos um em Cristo. Não basta amar o próximo como a nós mesmos; temos de amá-lo como Jesus nos amou. Somente assim poderemos expressar o amor ágape, tal qual afirma a Escritura em 1 Coríntios 13.

O amor de Jesus por nós é o exemplo do amor que devemos expressar na comunhão diária com nossos irmãos em Cristo. O amor ágape, manifestado entre os irmão, é mais precioso do que a manifestação do dom profético, da sabedoria ou da fé. Pois somente através do amor é que podemos entender e nos relacionarmos adequadamente uns com os outros.

Fonte: Lições Bíblicas 1º trimestre 2007, CPAD, Título: A Igreja e a sua missão, Estudantes da Bíblia 


quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

A missão ética da Igreja

Portai-vos de modo que não deis escândalo nem aos judeus, nem aos gregos nem à igreja de Deus(1 Co 10.32).

O comportamento ético da Igreja perante o mundo deve ser um referencial de conduta para todas as instituições humanas existentes.
Ética: E a ciência que trata da conduta humana, dos direitos e deveres do homem na sociedade em que vive.

Nesta lição, estaremos estudando acerca da missão ética da Igreja consoante ao Estado, à família, e à própria comunidade cristã. De modo geral, a ética relaciona-se aos costumes ou práticas sociais de um povo. Na Igreja, a ética consiste nos conceitos que determinam o certo e o errado, de acordo com as Escrituras. A ética cristã tem por finalidade moldar a vida do crente dentro dos princípios que levam a um viver pleno de virtudes, valores morais e espirituais, segundo as Escrituras e a ação do Espírito Santo em nosso ser (2 Co 3.17,18; Gl 5.22,23).

 A BASE ÉTICA DA IGREJA

A ética da Igreja baseia-se no caráter de Deus, segundo o que está revelado na Bíblia. No Antigo Testamento, estão os princípios divinos que norteiam o comportamento humano. Jesus confrontou o legalismo hipócrita dos escribas e fariseus quanto à Lei, a espiritualidade e a vida material. Ele objetivava destacar as normas éticas e morais do Antigo Testamento sob uma nova perspectiva, que é a continuação da revelação divina através do Novo Testamento.

Deus é um Ser pessoal e ético. A ética perfeita é inerente ao caráter de Deus. Ele não precisa, nem depende de regras, pois é a fonte da ética. Os vários nomes de Deus, expressos na Bíblia, revelam que o Altíssimo é perfeito em santidade por si mesmo. No princípio da criação, Ele se revelou como o Deus Criador, que existe por si mesmo, de eternidade em eternidade (Sl 90.2).

Quando chamou a Abrão de Ur dos Caldeus, o Senhor se revelou de modo muito pessoal. A Moisés, Ele se revelou como Jeová, o Deus Eterno e Todo-Poderoso. Deus não está limitado à dimensão física como o homem. Na Bíblia, nos deparamos com expressões referentes ao Eterno que identificam seu caráter ético, por exemplo: "maus aos olhos de Deus" (Gn 38.7,10; Dt 6.18; 1 Cr 2.3). Isso indica que o Senhor estava consciente das ações morais dos homens.

Atributos morais de Deus. São qualidades morais que revelam o caráter ético de Deus, tais como justiça, retidão, perfeição, santidade, misericórdia e amor. Sua justiça é um atributo moral que revela seu perfeito julgamento. A Igreja de Cristo apregoa a justiça, segundo a justiça de Deus, que se manifestou em Cristo, o qual cumpriu toda a justiça (Rm 1.17). Por isso, Cristo se tornou da parte de Deus sabedoria, justiça, santificação e redenção (1 Co 1.30). A misericórdia de Deus é a expressão da sua justiça (Êx 34.6,7; Sl 145.8). Finalmente, aludimos ao infinito e eterno amor de Deus revelado à obra-prima da sua criação, o homem (Jr 31.3; 1 Co 13.1-7).

 A DEMONSTRAÇÃO DA ÉTICA BÍBLICA PELA IGREJA

Nenhum sistema ético do mundo, mesmo o mais depurado, assemelha-se ao sistema que Jesus implantou, pois trata-se da ética como elemento do Reino dos céus, como vemos no Sermão da Montanha (Mt 5-7; Mc 1.15; 4.11).

Características do Reino de Deus (Mt 10.7). Não se trata de um reino físico ou político, mas de um reino espiritual, a saber, o predomínio de Deus sobre um povo por Ele redimido (Rm 14.17; 1 Co 4.20; 2 Ts 1.5). É o povo genuinamente cristão, remido por Cristo, que aceita as condições do reino de Deus e se esforça por viver em obediência à sua vontade. É, também, um reino invisível. Jesus declarou que o seu reino não se pode ver fisicamente, porque não vem com aparência exterior. O reino que Ele estava implantando situava-se a partir do coração dos seus discípulos (Lc 17.20,21). É um reino que se manifesta no ser humano, de dentro para fora. Por isso, as ações do homem salvo por Cristo são a expressão do Reino de Deus na sua presente manifestação através da Igreja de Cristo.

 A ÉTICA DA IGREJA EXEMPLIFICADA POR JESUS

 A figura do sal (Mt 5.13; Lc 14.34,35). Jesus empregou muitas vezes a linguagem dos fatos cotidianos de sua época, quando ensinava as verdades morais e espirituais aos seus ouvintes. A figura do sal fala de preservação, gosto, sabor, equilíbrio e influência. A ética ilustrada pelo sal é, na verdade, a ética da pureza do comportamento cristão. O cristão deve ser santo em todas as formas de proceder, em meio a um mundo corrompido (1 Pe 1.15,16). Num mundo sob o domínio do pecado, que perverte, degrada e destrói o ser humano, o cristão existe para dar testemunho da luz, que é Deus em sua vida, e evitar a deterioração total deste. No plano individual o crente deve, pelo poder do Espírito Santo, viver uma vida pura, sempre evitando o pecado, para assim influenciar positivamente as pessoas ao seu redor (Jo 17.11-13).

A figura da luz (Mt 5.14-16; Ef 5.8). Temos irradiado luz do céu para as pessoas ao nosso redor? A metáfora da luz fala da santidade de vida do crente perante o mundo. Nossa luz deve refletir o conteúdo do evangelho como testemunho para o mundo (2 Co 4.6), pois somos chamados "filhos da luz" (1 Ts 5.5). Nossa luz não deve ficar escondida, mas deve estar sempre à vista, em lugar alto (Mt 5.15), com nossa vida e nossas obras testemunhando de Jesus (Mt 5.16). Palavras, atitudes, relacionamentos, e todo o nosso modo de viver na igreja, no emprego, no lar, devem refletir a luz que temos de Deus e projetar nossa ética comportamental.

A Igreja de Cristo na Terra deve expressar, no seu comportamento, a ética que Cristo viveu e ensinou em relação à vida particular, à família, ao uso do dinheiro, às responsabilidades civis e ao comportamento social.

Fonte: Lições Bíblicas, CPAD 1º trimestre 2007, Estudantes da Bíblia

 
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